Quem ama queijos sabe o quanto é delicioso conhecer os diversos tipos desta iguaria. Por isso, preparamos um roteiro com nove dos mais conhecidos queijos nacionais espalhados pelas regiões no Brasil. São quase todos fabricados de leite cru.

No Sul, imperam o queijo serrano e o colonial, com versões gaúchas e catarinenses.

No Sudeste, Minas é incomparável. O estado é dividido em microrregiões – Canastra, Serro, Salitre e Araxá e, também conta com o mais recente Campo dos Vertentes. No Nordeste, são inúmeras as variedades de queijo coalho e manteiga – ainda muito presentes no dia-a-dia das pessoas.

Já no Norte do Brasil, é o queijo do Marajó feito no Pará, que abre as portas da casa para receber os turistas.

Ainda temos o Centro-Oeste cujos queijos ainda não saíram de suas fronteiras. Além, dos queijos da Serra da Mantiqueira, como o Campo Redondo e o Alagoa, que vêm estabelecendo no encontro de São Paulo, Rio e Minas. Ou o cabacinha, tradicional no Vale do Jequitinhonha. Sem contar os inúmeros queijos novos que estão em fase de testes pelos produtores.

Mas se você provar uma dessas nove variedades aqui indicadas, já terá uma boa visão da nossa tradição queijeira. Uma tradição que vive florescimento inédito.

 

SERRO, Sudeste (MG):

Registrado como patrimônio imaterial brasileiro, é produzido numa microrregião mais quente de Mina. Com 15 dias, já está no ponto. A casca deve ser firme bem espessa e fina e a massa, compacta. Sinais de que deu tudo certo na maturação.

 

Queijo do Serro. Reprodução da internet.

 

CANASTRA, Sudeste (MG):

Hoje talvez o mais conhecido do grupo dos queijos, devido à divulgação desse patrimônio mineiro – e, principalmente, ao trabalho diário dos queijeiros no campo. Aos 20 dias de maturação, já está no ponto, mas isso depende do gosto de quem vai consumir. Quanto mais tempo de maturação, mais concentrado o queijo fica. O aroma lácteo suave é indício de qualidade.

 

Queijo Canastra. Reprodução da internet.

 

SALITRE, Sudeste (MG):

É bem aparentado com o canastra e o Araxá. A maturação desenvolve os microrganismos de cada queijo, que vai depender do local onde foram fabricados. É comum dos produtores da Serra do Salitre cobrirem o queijo com uma resina amarela para ajudar na maturação. Lembrando que quanto mais velho, mais intenso e ácido é o queijo.

 

Queijo Salitre. Reprodução da Internet.

 

ARAXÁ, Sudeste (MG):

Tem uma aparência com o canastra quando fresco, mas é a ‘maturidade’ que lhe dá personalidade. O queijo é um pouco mais suave que o canastra, mas ainda assim complexo no sabor. Sua casca deve ser amarelecida, sem rachaduras. E à massa compacta, sem muitos furinhos.

 

Queijo Araxá. Reprodução da internet.

 

MARAJÓ, Norte (PA):

Produzido com leite de búfala , na Ilha do Marajó. Possui variedades, mas é menos cremoso. Contém boa elasticidade ao ponto de poder passar no pão. É um queijo para ser comido fresco – tem a suavidade dos frescos, mas a tipicidade do leite bubalino. Alguns produtores vêm testando formas de maturá-lo. A cor deve ser esbranquiçada, a massa compacta e o cheiro suave.

 

Queijo Marajó. Reprodução da internet.

 

COLONIAL, Sul (RS, SC):

A receita veio dos italianos imigrantes, ainda no século 19. Mas ganhou sotaque gaúcho e catarinense, e hoje é repetida em diversas pequenas propriedades no Sul, feito com leite de vaca. O ideal é que mature por ao menos 30 dias, período necessário para se revelar suavemente picante e salgado. Como escolher: Deve ser duro por fora, amarelado e, por dentro, levemente cremoso e elástico. Pode ter furinhos.

 

Queijo Colonial. Reprodução da internet.

 

COLONIAL COM URUCUM, Sul (RS, SC):

O colonial possui suas variações e o urucum é uma delas. Tem impacto visual e também no sabor, que é mais acido. Outra forma comum é descansar o queijo no vinho, deixando a casca roxa. Também matura por pelo menos 30 dias. A casca tem de ser firme e o miolo não pode estar seco demais.

 

Queijo Colonial com Urucum. Reprodução da internet.

 

SERRANO, Sul (RS, SC):

Não sabe bem ao certo suas origens. É original dos Campos de Cima da Serra, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, um dos lugares mais frios do País. O queijo serrano é a cara do local, bem típico: produzido em pequena escala, de sabor suave, mas que fica mais acentuado quando matura por uns 45 dias. Redondo, tem de ter a casca amarela e firme, mas macio, sinal de que o miolo está cremoso.

 

Queijo Serrano. Reprodução da internet.

 

COALHO, Nordeste (AL, CE, PB, PE, RN, SE):

O queijo coalho é feito em vários estados nordestinos e, cada qual com sua nota de sabor. É um queijo fresco e não é para ser maturado, e vai muito bem puro ou assado mesmo. Sua cor mais para o branco que para o amarelo indica sua melhor forma. Já os furinhos mais pulverizados na massa são comuns, mas é melhor evitá-los.

 

Queijo Coalho. Reprodução da internet.

 

MANTEIGA, Nordeste (AL, CE, PB, PE, RN, SE):

Feito para ser consumido fresco, como o coalho. É bastante gorduroso, pois sua massa amarelada brilha. Contém manteiga na produção e é feito sem que o leite de vaca seja coalhado. É bem macio e, geralmente, equilibrado no sal. Não tema a gordura, ela é característica do queijo, que deve ser macio, mas manter-se estruturado, sem desmanchar.

 

Queijo Manteiga. Reprodução da internet.

 

MANTEIGA COM RAPA, Nordeste (AL, CE, PB, PE, RN, SE):

Uma raridade no nordeste, queijo de manteiga com a rapa do tacho onde a massa é cozida. Os produtores do Rio Grande do Norte foram proibidos de vender justamente por causa da rapa que dá crocância e o amarguinho e quebra a homogeneidade do queijo manteiga.

 

Queijo Manteiga com Rapa. Reprodução da internet.

 


Fonte: Portal do Queijo