Como os testes MilkSafe garantem a qualidade do leite e a segurança alimentar

Como os testes MilkSafe podem contribuir para o controle de antibióticos no leite?

A cultura de segurança relacionada ao leite e seus derivados não é algo novo na indústria alimentícia, pois, quando se trata de comida, a segurança é um dos principais fatores a serem considerados. Inicialmente, essa segurança estava mais voltada aos perigos biológicos. No entanto, atualmente, outros riscos têm ganhado mais destaque na indústria de lácteos, especialmente os perigos químicose físicos.

É importante destacar que o gerenciamento desses riscos ocorre em três níveis principais: o primeiro é a fazenda, onde acontece a maior parte das contaminações; em seguida, o transporte do leite, que é um ponto crítico e onde a maioria dos testes costuma ser realizada; e, por fim, o silo na indústria, onde o leite é armazenado em grandes tanques. Caso alguma irregularidade seja identificada nesse último estágio, há grandes chances de rejeição do produto.

Para enfrentar esses desafios constantes na indústria láctea, um dos nossos parceiros, a Novonesis desenvolveu a linha de testes MilkSafe™, de triagem qualitativa para detecção de antibióticos e Aflatoxina M1. Esta linha de produtos contém incubadoras portáteis, leitores portáteis e desktop, o aplicativo MilkSafe™ App para registrar os resultados dos testes, além de um web portal em nuvem para o gerenciamento eficiente dos dados.

Com essas ferramentas exclusivas, as análises possibilitam monitorar a exposição real aos antibióticos no campo, garantindo mais segurança e qualidade ao processo produtivo.

 

Testes MilkSafe:

O sistema MilkSafe™ oferece dois tipos principais de testes: MilkSafe™ e MilkSafe™ Fast.

O teste MilkSafe™ é embasado em um modelo de tira de fluxo lateral, o que viabiliza um melhor funcionamento, tornando-o mais acessível e confiável. Essa tecnologia facilita a triagem de antibióticos, tornando o processo simples e acessível. O teste é realizado em uma etapa única de incubação e pode ser interpretado visualmente ou por meio de um leitor. Essa linha cobre todos os tipos de antibióticos comumente usados, sendo aplicável em diversos cenários.

O teste MilkSafe™ oferece também duas abordagens inovadoras e muito eficientes para a detecção de antibióticos. O primeiro método é o teste rápido, que funciona à base da tecnologia imunocromatográfica com ouro coloidal, permitindo resultados rápidos e eficientes em questão de minutos. Essa metodologia é mais utilizada em lugares que necessitam de acompanhamento contínuo e que precisam de resultados rápidos. Esse teste proporciona uma solução eficaz e simples para o controle de qualidade.

O MilkSafe™ também disponibiliza um segundo método, o teste microbiológico, baseado na tecnologia de Redução do Preto Brilhante (BRT), que utiliza processos de oxirredução. Nele, são usados esporos de Geobacillus stearothermophilus, que germinam na ausência de antibióticos, e o corante preto brilhante, cuja mudança ocorre pela redução catalisada dos elétrons liberados na metabolização de nutrientes pelas bactérias. Esse método é mais confiável que os testes baseados em pH, pois evita falsos positivos causados por fatores externos como a qualidade do leite ou a presença de substâncias acidificantes, garantindo resultados mais precisos e seguros.

Essas duas tecnologias complementares asseguram que os kits MilkSafe™ atendam aos mais rigorosos padrões de segurança alimentar, com soluções que combinam precisão, confiabilidade e rapidez para o controle de qualidade do leite.

Já o teste MilkSafe™ Fast utiliza o formato cassete em uma única etapa, o que simplifica o manuseio e acelera a obtenção dos resultados. Cada teste em cassete possui um código QR exclusivo para identificar o resultado individual, garantindo rastreabilidade completa e minimizando erros no registro de dados.

 

Por que testar o leite é fundamental para garantir a segurança alimentar?

A segurança dos alimentos é uma grande preocupação em todo o mundo, especialmente na indústria de laticínios, onde a segurança e a qualidade do leite e seus derivados dependem inteiramente das condições de produção.

Um dos maiores desafios enfrentados no momento atual é a presença de resíduos de antibióticos no leite. Esses resíduos podem resultar, por exemplo, da má administração de medicamentos a vacas leiteiras para tratar infecções comuns no rebanho, como a mastite.

Além disso, a detecção de antibióticos no leite é fundamental para proteger a saúde do consumidor, pois o consumo desses resíduos pode acarretar alguns riscos à saúde humana. Eles contribuem, principalmente, para o crescimento da resistência bacteriana, o que dificulta o tratamento de infecções consideradas comuns. Esses resíduos também podem provocar reações alérgicas em indivíduos mais sensíveis, além de interferirem na microbiota intestinal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso desordenado de antibióticos na produção animal está entre os principais fatores responsáveis pela seleção de bactérias multirresistentes, afetando tanto humanos quanto animais e resultando na redução drástica das opções de tratamento disponíveis.

Por isso, garantir que o leite esteja livre de antibióticos é essencial para proteger a saúde dos consumidores e assegurar que os produtos lácteos sejam seguros e estejam em conformidade com os rigorosos padrões de segurança alimentar estabelecidos pela legislação vigente. É muito importante ressaltar que a legislação nacional deve ser sempre consultada.

Contudo, conforme a legislação vigente, devemos destacar que a utilização desses antibióticos no gado deve ocorrer somente com prescrição e autorização veterinária, exclusivamente para fins terapêuticos ou profiláticos. Também é muito importante esclarecer que há um período de carência obrigatório, devido ao tempo necessário para que o animal elimine todos os resíduos do medicamento. O leite produzido nesse período deve ser obrigatoriamente descartado, não podendo, em hipótese alguma, ser destinado ao consumo humano.

Conforme estabelecido pela Anvisa e o MAPA, é necessário cumprir os Limites Máximos de Resíduos (LMR), que definem as porcentagens aceitáveis de cada medicamento veterinário em alimentos de origem animal. Outro ponto importante são as Instruções Normativas nº 76 e nº 77, que exigem que as indústrias de laticínios implementem um plano de qualificação, além da realização de testes contínuos para a detecção de resíduos de antibióticos.

 

Quais os benefícios dos testes MilkSafe para os produtores de leite?

O principal benefício para os produtores e consumidores está relacionado à segurança alimentar que os testes MilkSafe™ proporcionam. Como citado anteriormente, esses testes são grandes aliados na detecção de diversos perigos encontrados no leite, entre eles os antibióticos, que estão muito presentes na indústria de laticínios

Esses resíduos podem ser causados, principalmente, pela má administração do uso de antibióticos no gado leiteiro, geralmente utilizados para tratar infecções como a mastite. Os antibióticos mais comuns no tratamento da mastite bovina são a penicilina e a amoxicilina. Caso os resíduos desses medicamentos estejam presentes no leite, pessoas sensíveis a esse tipo de substância podem apresentar reações alérgicas, porque, mesmo que estejam em baixas quantidades, podem acabar desencadeando uma resposta imunológica.

A detecção desses resíduos proporciona melhor qualidade no produto, resultando em maior aproveitamento do leite pelo produtor. Isso também beneficia o consumidor, pois, ao atender aos requisitos rigorosos de segurança alimentar, o produto final apresenta mais qualidade, aumentando a confiança, satisfação e segurança alimentar do consumidor.

Além dos benefícios citados, os testes MilkSafe™, produzidos pela Novonesis, são certificados pelo Instituto de Pesquisa Agrícola de Flandes (ILVO), com sede na Bélgica, e estão em conformidade com a legislação brasileira e outros padrões regulatórios internacionais. Essa certificação garante aos produtores da indústria de laticínios e aos consumidores resultados confiáveis e válidos.

 

Referências

HALABIOTEC. Edição 161. Disponível em: https://halabiotec.com.br/edicao-161/. Acesso em: 20 out. 2025.

HALABIOTEC. Edição 168. Disponível em: https://halabiotec.com.br/edicao-168/. Acesso em: 20 out. 2025.

REHAGRO. Resíduos de antibióticos no leite: riscos, causas e como evitar. Disponível em: https://rehagro.com.br/blog/residuos-de-antibioticos-no-leite/. Acesso em: 22 out. 2025.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). OMS recomenda que agricultores e indústria alimentar parem de usar antibióticos em animais saudáveis para evitar resistência a esses medicamentos. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/7-11-2017-oms-recomenda-que-agricultores-e-industria-alimentar-parem-usar-antibioticos-em. Acesso em: 22 out. 2025.

MILKPOINT. Mastite clínica: conheça uma excelente forma de tratamento. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/empresas/novidades-parceiros/mastite-clinica-conheca-uma-excelente-forma-de-tratamento-211036/. Acesso em: 22 out. 2025.