Denominação de origem dos queijos: Mercosul define posição

Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai reúnem-se em Assunção, no Paraguai, para encontro de chanceleres que começa nesta sexta-feira (16/03) a fim de alinhar uma posição oficial do Mercosul sobre a disputa internacional criada com a União Europeia (UE) a respeito do uso de nomes tradicionais de queijos.

Nomenclatura tipos de queijoA UE reivindica que países do Mercosul deixem de usar os termos Parmesão, Gruyère, Roquefort, Fontina, Gorgonzola e Grana em seus produtos uma vez que se referem a denominações de origem de queijos típicos dos países europeus. O assunto foi debatido pelos laticínios brasileiros na manhã da quinta-feira (15/3) em reunião no Conselho Nacional da Indústria de Laticínios (Conil) em São Paulo (SP).

Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, que participou do encontro representando os laticínios gaúchos, o setor não aceita as restrições que querem ser impostas. “O setor de lácteos é sempre usado como moeda de troca nas negociações internacionais. Não iremos mais aceitar isso”, frisou. De acordo com o executivo gaúcho, o uso dos nomes de queijos já é uma tradição no mercado brasileiro.

O Sindilat é filiado ao Conil, colegiado que reúne os diferentes sindicatos do país. O grupo também vem fortalecendo sua atuação junto à Federación Panamericana de Lechería (Fepale) para pleitear causas conjuntas e defender interesses do Mercosul.

Ainda em SP, Guerra participou de reuniões na Viva Lácteos e ABLV e na Abiq. “O setor aqui trabalha muito harmonizado por causas coletivas”. Durante a agenda, Guerra também reforçou a importância de apoio nacional para o pedido encabeçado pelo Sindilat de PEP para o Leite. Além do leite em pó, abordou-se a necessidade de adoção da ferramenta para a comercialização de UHT.

Fonte: Sindilat

Famílias retomam hábitos de consumo; manteiga e requeijão se destacam

Aos poucos, as famílias brasileiras começam a retomar alguns hábitos de consumo adquiridos nos tempos de bonança da economia. Depois da longa recessão econômica que fez os consumidores cortarem ou substituírem produtos no dia a dia, a lista de compras voltou a ser incrementada com mercadorias um pouco mais caras. No lugar da margarina, a manteiga retornou à mesa; assim como o óleo de soja foi substituído pelo azeite de oliva. O requeijão, a batata congelada e o pão industrializado também estão de volta ao cardápio dos consumidores.

Consumo de requeijão em retomadaDados da consultoria Kantar Worldpanel mostram que, em 2017, mais de dois milhões de lares voltaram a comprar manteiga pelo menos uma vez no ano – indicador que mostra uma reação do mercado de consumo. No auge da crise, o produto estava presente em 32,94% dos lares brasileiros. Com a retomada, a participação subiu para 36,80% – superior à registrada antes da recessão, em 2014 (34,17%). O mesmo ocorreu com o azeite, que retornou à lista de supermercado de 1,4 milhão de famílias. “À medida que a economia melhora, a primeira cesta a dar sinais de recuperação é a de bens de consumo não duráveis”, afirma a diretora de negócios e Marketing da Kantar, Christine Pereira. A retomada é explicada por um conjunto de fatores: inflação baixa, juros no menor patamar histórico, aumento da renda e ligeira reação do mercado de trabalho.

Famílias retomam hábitos de consumo da fase pré-crise

Outro motor do consumo foi a redução do endividamento das famílias, que chegou a comprometer 22,8% da renda mensal em 2015. De lá pra cá, o indicador seguiu um movimento de queda. Segundo dados do Banco Central, em dezembro do ano passado, já estava em 19,9%.

Cálculos do economista Maurício Molan, do Santander, mostram que o aumento da massa salarial e o recuo do endividamento dos brasileiros devem liberar cerca de R$ 124 bilhões para a economia. “Vemos um crescimento consistente do consumo neste ano, já que o emprego e a renda estão voltando. Tudo isso é muito poderoso.”

A expectativa é de que o varejo tenha um avanço de 4,7% em 2018 – o que deve ajudar a sustentar as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 3%. Levantamento da Tendências Consultoria Integrada mostra que o aumento do consumo deverá ser puxado em especial pelos Estados do Norte e por São Paulo.

O economista da consultoria, Adriano Pitoli, afirma que quem sofreu mais durante a crise tem potencial para registrar melhor desempenho agora. Ele lembra que a maior disponibilidade dos bancos para emprestar dinheiro também pode ter efeito positivo nesse mercado. Durante a crise, as instituições financeiras fecharam os cofres para novos empréstimos às pessoas físicas. “Mas, vale pontuar que há um longo caminho pela frente para o País retomar por completo os níveis pré-crise”, diz Pitoli. Segundo ele, projeções apontam que apenas em 2021 o Brasil vai voltar ao patamar de consumo de 2013. Essa avaliação é compartilhada pela diretora da Kantar, Christine Pereira. Ela destaca que, apesar de novos compradores e do avanço nas vendas de produtos de maior valor agregado, o desafio é aumentar a frequência de compras, ainda limitada.

Outra dificuldade é que essa onda de consumo, por ora, não deve ser acompanhada de grandes volumes de investimentos. “A ociosidade ainda é muito grande e vai demorar para ter um gatilho de novos investimentos produtivos”, diz Pitoli.

O economista do Santander, no entanto, tem opinião diferente. Segundo ele, apesar do baixo uso da capacidade instalada, há outros investimentos importantes que podem ser feitos agora, como a modernização de parques industriais e a demanda por máquinas no agronegócio, que tem efeito multiplicador na economia. “Os indicadores são bastante positivos, especialmente se levarmos em consideração que estamos saindo de uma grave recessão.”

Fonte: O Estado de São Paulo

Consumo de iogurte é associado a menor risco de doenças cardíacas

Uma nova pesquisa publicada no American Journal of Hypertension traz um belo motivo para colocarmos o iogurte no carrinho na próxima visita ao supermercado. De acordo com ela, o alimento é aliado na prevenção de problemas cardiovasculares entre indivíduos com pressão alta.

Para traçar essa relação, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, analisaram os hábitos de 55 898 mulheres e 18 232 homens. Todos foram seguidos por aproximadamente 30 anos.

Consumo de iogurte é associado a menor rico de doenças cardíacasAo avaliar os dados, os estudiosos notaram que a ingestão de iogurte foi inversamente associada ao risco de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame. Para sermos mais exatos, consumir o alimento duas ou mais vezes na semana diminuiu em 17% a probabilidade de males cardíacos nelas e 21% neles – isso em comparação com quem degustava uma porção do produto menos de uma vez ao mês.

Em comunicado à imprensa, um dos autores da investigação comentou que estudos menores já haviam sugerido que o iogurte faz bem ao coração por se tratar de um produto fermentado por bactérias. Independentemente dos benefícios ligados a esse derivado lácteo – que incluem ajuda na perda de peso e manutenção da saúde óssea, por exemplo –, é bom lembrar que um alimento não faz milagre sozinho.

Complementos que casam muito bem com o iogurte
Cereais, sementes e oleaginosas: abastecidas de fibras, aveia, granola e chia enriquecem o iogurte. Já duas nozes ou castanhas fornecem teores significativos de selênio, zinco, vitamina E…

Mel: incluí-lo pode ser a solução para mascarar o azedinho do iogurte natural – o que mais vale a pena para a saúde. Mas não abuse. Ele é lotado de frutose, um tipo de açúcar.

Frutas: o iogurte não é fonte exemplar de muitas vitaminas. Para suprir essa deficiência, basta acrescentar frutas ao pote. Morango, uva e banana são ótimas pedidas.

Fonte: Saúde Abril

Metodologia facilita a regularização dos produtores de Queijo Minas Artesanal

O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) simplificou a metodologia utilizada para a regularização dos produtores de Queijo Minas Artesanal. O Plano de Ação foi desenvolvido em parceria com a Emater-MG, Epamig e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgãos vinculados ao sistema operacional da agricultura que atuam junto aos produtores de Queijo Minas Artesanal.

A partir de agora, as exigências de comprovação obrigatória para o registro da atividade junto ao IMA estão reunidas em cinco requisitos: cumprimento das boas práticas de fabricação; realização de dois tipos de análises – da água e do queijo, de acordo com os parâmetros da legislação vigente; sanidade do rebanho e saúde dos trabalhadores. Segundo o Superintendente de Apoio à Agroindústria da Secretaria de Agricultura Gilson Sales, este realinhamento das exigências obrigatórias vai além de mera simplificação. “A nossa preocupação é garantir a melhoria da qualidade da produção e, ao mesmo tempo, aumentar o número de produtores regularizados no estado. Reduzindo a informalidade, garantimos a oferta de produtos cada vez mais seguros aos consumidores e asseguramos a geração de renda e emprego”, avalia.

Metodologia

 

O plano de ação envolve os produtores regularizados e os não regularizados, que devem solicitar o procedimento junto ao IMA. A queijaria do produtor que ainda não está regularizado passará por uma avaliação da estrutura física para verificar se atende os requisitos mínimos para cadastro provisório. A Emater irá orientar os produtores e promoverá a realização de treinamentos e a Epamig vai auxiliar nas pesquisas e avaliação das análises laboratoriais. O trabalho ainda conta com a parceria dos sistemas Fiemg e Ocemg para a realização das análises de água e do queijo e do Senar também na realização de cursos e treinamentos.

Metodologia de queijos artesanaisAlém de todo o procedimento visando à melhoria da qualidade, serão desenvolvidas várias ações de divulgação do queijo mineiro regularizado em feiras e eventos, realização de concursos estaduais e regionais e divulgação no Programa + Gastronomia, iniciativa do Governo de Minas que reúne todas as ações da administração estadual para incentivar, fomentar e valorizar a cadeia produtiva da gastronomia em Minas Gerais, segmento estratégico para o desenvolvimento econômico do estado.

Legislação

No ano passado, o setor verificou avanços significativos na legislação, como o projeto de lei enviado pelo Governador Fernando Pimentel à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) com o

De acordo com o superintendente Gilson Sales, os cursos serão ministrados a partir de abril e vão abordar as boas práticas de produção agropecuárias e de fabricação do Queijo Minas Artesanal. “Produtores que passaram por esse treinamento há mais de dois anos serão orientados a passar por uma atualização”, explica.

objetivo de avançar na regulamentação da produção e comercialização de todos os tipos de queijos artesanais produzidos no estado. Em janeiro deste ano, também foi sancionada a lei que regulamenta a habilitação sanitária de estabelecimento agroindustrial rural de pequeno porte, categoria que se enquadra a maioria das queijarias com produção familiar.

Outra mudança importante foi trazida pelo IMA, com a definição do período de maturação do queijo Minas Artesanal como mínimo de 14 dias para a microrregião de Araxá, mínimo de 17 dias para a microrregião do Serro, e mínimo de 22 dias paras as microrregiões da Canastra, do Cerrado, do Campo das Vertentes, de Serra do Salitre e do Triângulo Mineiro, até que sejam realizadas novas pesquisas modificando os referidos tempos de maturação.

O superintendente Gilson Sales ressalta, ainda, a parceria da Secretaria de Agricultura com universidades, órgãos de pesquisa, cooperativas e associações de produtores que tem sido fundamental para o reconhecimento e a valorização do queijo mineiro.

Patrimônio

O Queijo Minas Artesanal é considerado patrimônio dos mineiros e é produzido em sete regiões: Canastra, Cerrado, Araxá, Salitre, Serro, Campo das Vertentes e Triângulo. Os queijos destas regiões possuem características próprias que lhes conferem uma identidade regional, em função da altitude, temperatura, tipo de solo, pastagens e umidade relativa do ar.

De acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão estadual credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atualmente há 268 produtores mineiros cadastrados, aptos para a produção de Queijo Minas Artesanal e habilitados para vender dentro do território mineiro.

Fonte: Ascom Seapa

A invasão da búfala no mercado brasileiro

A marca Búfalo Dourado acaba de colocar nas gôndolas um queijo tipo grana padano feito com leite de búfala. Essa também foi a matéria-prima de um queijo cottage lançado pela Levitare. A categoria ainda conta com requeijão, ricota, manteiga, queijo frescal…

De acordo com a nutricionista Ana Paula Del’Arco, consultora da Viva Lácteos, em geral o leite desse animal tem mais proteínas e menos colesterol do que a bebida da vaca. Só que carrega quase o dobro de gorduras.

Queijo de Búfala - LC Bolonha

Queijo de Búfala

A pesquisadora Renata Costa, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), conta, porém, que a fração gordurosa é formada por mais ácidos graxos conjugados, o CLA. E esse componente já está associado a ganhos ao sistema imune e proteção cardiovascular. Então, na hora das compras, guie-se pelo rótulo… ou pelo sabor.

Menos alergênico?
Quem tem reações alérgicas ao ingerir leite de vaca e derivados não deve se empolgar com os produtos procedentes da búfala. A nutricionista Renata Pinotti, do Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto, no interior paulista, esclarece que as proteínas – substâncias que disparam a alergia – dos dois leites são bem similares. O mesmo vale para as bebidas de cabra e ovelha.

Leites de vaca versus búfala
Veja os nutrientes que costumamos encontrar em 250 mililitros (ou uma xícara de chá) dos dois produtos na versão integral

Leite de búfala

Proteína – 9,1 g
Cálcio – 412 mg
Calorias – 237 cal
Gorduras – 16,8 g
Leite de vaca

Proteína – 7,9 g
Cálcio – 276 mg
Calorias – 146 cal
Gorduras – 7,9 g

Fonte: Saúde Abril

Processadores de cacau estimam retomada do setor em 2018

Depois de uma sequência de safras castigadas por estiagens, a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) prevê melhora do mercado e da produção do fruto este ano.

Em nota, Eduardo Bastos, diretor executivo das AIPC, afirmou que este é um ano de mudanças e retomada do setor. O executivo acredita no aumento do consumo interno e também das exportações do produto. “Estamos no início de um ciclo virtuoso”, avalia

Os produtores reduziram drasticamente a produção de cacau no país nos últimos anos — além da crise hídrica, o setor diz ter sofrido prejuízos com a crise econômica –, impondo a indústria de derivados a elevação de custo devido a maior necessidade de importação. A previsão é de que em 2018 a entrada do insumo exportado no país caia aproximadamente 35% e a moagem chegue a 220 mil toneladas.

Neste ano, com uma melhora das chuvas e da maior produção no campo, a expectativa é de que as empresas recebam 10% mais o volume de cacau, elevando de 162.130 toneladas em 2017, para cerca de 180 mil toneladas em 2018. Com isso a necessidade de importações deve cair, diminuindo de cerca de 60 mil toneladas para 40 mil toneladas, aponta o AIPC.

Os processadores de cacau, ainda cautelosos, apontam uma elevação de aproximadamente 1% na moagem em 2018, em comparação ao ano anterior, subindo de 218 mil toneladas em 2017, para algo em torno de 220 mil toneladas.

“O país segue crescendo e a inflação está controlada. Temos observado a recuperação da economia, e a sinalização positiva para o crescimento do mercado este ano, o que aponta para uma melhora no apetite do consumidor. Quanto maior a renda, maior o consumo de chocolate. Entretanto, é preciso observar que ainda estamos em um ano de instabilidade política e de muitas incertezas em relação ao cenário eleitoral. O que sempre acaba impactando a economia”, observa Eduardo Bastos.

Fonte: Globo Rural

Programa “Mais Leite Mais Renda” traça estratégias para alavancar a produção

Produção de leite no estado de são paulo

Reunido na sexta-feira, 2 de fevereiro, na sede da Secretaria de Agricultura, na Capital, o grupo gestor do programa Mais Leite, Mais Renda avaliou o trabalho realizado em 2017 e discutiu a agenda para 2018. A reunião foi presidida pelo secretário Arnaldo Jardim, titular da Pasta, e contou com a presença de José Luiz Fontes, dirigente da Assessoria Técnica da Secretaria; Fernando Gomes Buchala e João Brunelli Júnior, responsáveis, respectivamente, pelas coordenadorias de Defesa Agropecuária (CDA) e de Assistência Técnica Integral (Cati); e de Diógenes Kassaoka, diretor do Instituto de Cooperativismo e Associativismo (ICA).

Para dar maior agilidade aos trabalhos, a equipe de coordenação do programa dividiu-se em 5 grupos de trabalho (GTs), que aprofundam temas específicos, mas mantêm total sinergias entre os grupos. Após análise dos avanços e entraves encontrados no último semestre de 2017, os integrantes dos GTs apresentaram as propostas para 2018:

Regulamentação: aprovar a regulamentação que rege a agroindústria de pequeno porte e a produção artesanal e propor alterações no decreto 36.964, que trata da inspeção de produtos de origem animal. O trabalho desse GT já está bem encaminhado, conforme observou Buchala, lembrando que, após consulta pública, a minuta de resolução que moderniza a legislação sobre a produção de queijos artesanais, charcutaria e outros embutidos de origem animal, que se encontra em fase de implantação. “O Estado de São Paulo está modernizando a legislação, desburocratizando e facilitando o acesso, sem perder os controles. Procedimentos tem que ser respeitados, por que o que está em jogo é a saúde dos consumidores”, explicou, destacando que São Paulo já encaminhou uma solicitação de auditoria por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que o Estado possa integrar o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) e passe a emitir um selo que permitirá ao produtor paulista vender seus produtos em todos os estados da Federação.

Grande idealizador do programa, Arnaldo Jardim afirmou que o Mais Leite, Mais Renda avaliou o trabalho realizado em 2017 e discutiu a agenda para 2018. A reunião está cumprindo o objetivo de coordenar as ações de fomento para o setor com iniciativas que muitas vezes não conseguem ganhar a devida repercussão. Para o titular da Pasta, a articulação e integração das ações fará com que o setor ganhe escala e tenha melhor sintonia. “A estimativa é ampliar em 41% a produção, nos próximos 10 anos, partindo dos 1,77 bilhões que temos hoje, para 2,5 bilhões/litros/ano, o equivale a elevação da produtividade de 1.380 para dois mil litros/vaca/ano”, explicou.

Informação: estabelecer mecanismos de rastreamento e tratamento de informações sobre a produção estadual de lácteos, processadas por município, por meio de instituições que já realizam esse levantamento como o IEA, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com Kassaoka, o objetivo é municiar o grupo com uma base de dados robusta e interativa, onde o usuário possa associar dados de vários órgãos em uma única pesquisa, com um programa semelhante ao que foi desenvolvido para o sistema de compras públicas, disponível no portal do ICA. Brunelli, informou que o Levantamento Censitário de Unidades de Produção Agrícola (Lupa) está sendo finalizado, “até março, teremos um diagnóstico mais preciso da nossa produção”.

Valorização: demonstrar a qualidade e seguridade dos produtos lácteos; estimular o pagamento e a penalização por qualidade; promover o diálogo entre todos os integrantes da cadeia. Uma medida considerada importante pelos integrantes do GT foi a inclusão do produto, pelo governador Geraldo Alckmin no Programa Paulista de Agricultura de Interesse Social. Também conhecido como PPAIS Leite, a iniciativa que permite a venda de alimentos a penitenciárias, universidades, escolas e hospitais estaduais por meio da agricultura familiar, contribuiu para a geração de emprego e renda na agricultura familiar. “Precisamos estar atentos ao que cada arranjo mercadológico pode oferecer para o desenvolvimento da cadeia e a produção de um leite de qualidade”, destacou Iveraldo dos Santos Dutra, professor da Faculdade de Medicina Veterinária (FMV/Unesp).

Competitividade: realizar estudos para a criação de produtos diferenciados com certificação de qualidade; estimular a organização rural e prioritariamente trabalhar com associações e cooperativas. Carlos Pagani Netto, extensionista da Cati, informou que estão em fase de certificação 3 projetos, 1 junto ao Serviço de Inspeção Federal e 2 pelo Sisbi, para comercialização de leite produzido em A2 – um produto que, de acordo com pesquisas, tem menos quantidade de beta-caseína, o que é o ideal para pessoas alérgicas. “Nasceu dentro da Secretaria de Agricultura, em parceria com a Unesp, esse produto só tem benefício, é um alimento natural e agrega valor para os produtores”, afirmou.

Sustentabilidade: estabelecer mecanismos de avaliação da produção através da aplicação de questionários de diagnóstico sobre a situação das propriedades (aspectos ambientais, financeiros, de produção, sanitários, trabalhistas e sociais), que devem ser reaplicados anualmente. Disponibilizar crédito assistido. Avaliar a eficiência das práticas através de controle de sua viabilidade financeira. Pagani afirmou que estão sendo realizadas reuniões com grupos de produtores nas principais bacias leiteiras do Estado para avaliar a situação das propriedades e orientar sobre a aquisição de crédito. “Estamos trabalhando com projetos regionais. É a primeira experiência de crédito assistido da qual o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) participa”, explicou Fernando Aluízio Pontes de Oliveira Penteado, secretário-executivo do Fundo.

Experiência de Sucesso

Conhecer as experiências de sucesso de outros estados e aprender com elas é um dos objetivos do programa Mais Leite Mais Renda. Nesse sentido, a apresentação de Airton Spies, secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, trouxe conhecimentos valiosos. Spies explicou que a produção de leite de seu Estado, somada a do Rio Grande do Sul e do Paraná colocou a região como a maior produtora do País, com um volume de 12,45 bilhões de litros produzidos no ano passado, que correspondeu a um crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior.

Em números absolutos, o Estado de Minas Gerais continua sendo o maior produtor de leite, com produção de 8,97 bilhões de litros em 2016, queda de 1,9% em relação ao ano anterior. São Paulo também apresentou queda na produção de leite. Segundo o IBGE, a produ ção caiu de um volume de 1,77 bilhão em 2015 para 1,69 bilhão, em 2016, ou seja – 4,6%. Mas, Spies fez questão de frisar que as más notícias são também boas notícias. “São Paulo só produz 25% do leite que necessita, enquanto Santa Catarina consome pouco mais de ¼ do leite produzido”, comentou, ressaltando que, um produto de qualidade, a baixo custo, cadeias produtivas bem organizadas e eficientes e respeito ao meio ambiente são as chaves que permitirão ao País ingressar no restrito grupo de países exportadores de leite.

Para Spies, o que fará com que São Paulo recupere posições e volte a ser um dos principais players do Brasil é equacionar o aumento de renda do produtor, participação na gestão da propriedade, acesso à internet e telefonia, estradas rurais de boa qualidade, humanização do trabalho, reconhecimento e ampliação da autoestima; aliados ao bem-estar animal, eficiência econômica e respeito às normas sanitárias.

Programa Mais Leite, Mais Renda

O grupo gestor do programa Mais Leite Mais Renda é formado por representantes das coordenadorias que compõem a Pasta: Defesa Agropecuária (CDA), Assistência Técnica Integral (Cati) e Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro) e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta); das universidades paulistas: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp); produtores rurais e integrantes das entidades ligadas ao setor.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Alergia à proteína do leite da vaca vira oportunidade.

O aumento do número de pessoas que apresentam restrições ao consumo de leite de vaca fez com que nos últimos anos crescesse a oferta de leite e derivados em supermercados para o público intolerante à lactose.

No entanto, existem pessoas que apresentam outra restrição: a intolerância à proteína do leite. Algumas questões sobre a Alergia à Proteína do Leite da Vaca (APLV) estão em destaque no boletim produzido pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), atualmente no Brasil existem cerca de 350 mil crianças alérgicas ao leite de vaca (esse tipo de doença atinge mais crianças, principalmente bebês). Destas 350 mil, estima-se que 70 mil já tiveram ou vão ter alguma reação do tipo anafilática, o que torna o problema ainda mais grave. Estudos ligados à saúde apontam que de 5% a 8% dos bebês possuem alergia ao leite e 0,5% a 1% dos adultos desenvolvem o mesmo problema. Atualmente a maioria do leite de vaca produzido no Brasil possui a proteína que causa a alergia. Para produzir leite e seus derivados sem a proteína é necessário que o rebanho de vacas possua um manejo diferenciado e uma criação separada das demais. Além dessas medidas, todas as demais etapas da cadeia produtiva também necessitam de cuidados especiais, encarecendo a produção e repassando os custos ao cliente final. Esse contexto de crescimento da demanda e oferta baixa oferece oportunidades aos produtores. O desafio consiste em tornar o preço da produção mais acessível, já que uma lata contendo leite não alérgico chega a custar R$ 200.

 

PESQUISA E PRODUÇÃO

A proteína betacaseína tipo A1 é o elemento causador da alergia ao leite de vaca. Para produzir um leite não alérgico é necessário que haja nos rebanhos vacas com os genes A2A2. O melhoramento genético é a melhor alternativa na produção. O principal obstáculo é que para a obtenção de um rebanho homozigoto (ou seja, A2A2) são necessários muitos anos de trabalho.

O Brasil já caminha com pesquisas para a produção de leite não alérgico. O país muitas vezes importa métodos e conhecimentos de países em que estão com pesquisas avançadas. Isso porque a oportunidade de oferecer produtos no mercado sem a proteína deve crescer para atender a esse mercado consumidor em expansão.

Na Embrapa, a unidade Gado de Leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária lidera um estudo sobre genotipagem de vacas. A pesquisa trabalha com o melhoramento genético e tem como objetivo excluir o A1 dos genes, criando apenas vacas de A2A2, ou seja, que não possuem a proteína animal que gera a alergia.

Os zebuínos, gir, sinsi guzerá e girolando, são os animais mais adequados para esse tipo de manejo. O laboratório Gene/Genealógica, de Belo Horizonte (MG) desenvolveu uma metodologia que implica baixo custo para a verificação dos genes. Ao longo do tempo ter um rebanho não alérgico pode ser uma grande oportunidade aos produtores.

Trabalhando com essa prática genética há oito anos, o produtor e veterinário Eduardo Falcão, de São José dos Campos (SP), lançou o primeiro produto brasileiro não alérgico. Ele oferece queijos, iogurtes e manteigas. Ele possui atualmente 250 animais da raça gir leiteiro, todos A2.

Em Carlos Barbosa (RS), o Sindicato de Leite e Laticínios do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat) desenvolve um projeto de genotipagem. Com os testes genéticos e o manejo diferenciado e aplicados na cadeia produtiva, estima-se que o leite não alérgico possa chegar às prateleiras dos supermercados a um valor de R$ 12.

No Piauí, criadores da raça gir leiteiros de origem indiana também produzem o leite não alérgico. Uma fazenda da zona rural de Teresina adquiriu 300 animais da raça não alérgica. Com o leite, o produtor ainda consegue produzir queijo coalho não alérgico com menor teor de gordura.

 

SINTOMAS DA ALERGIA

Os sintomas dos alérgicos em geral são:
– Problemas no estômago e intestino;
– Manchas vermelhas na pele associadas à coceira;
– Inchaço nos lábios e nos olhos;
– Anafilaxia;
– Choque anafilático

Por atingir na maioria dos casos bebês menores de 1 ano de idade, a alergia é uma doença muito séria. O tratamento está associado à dieta alimentar da criança e muitas vezes da mãe, já que muitos bebês ainda se alimentam com o leite materno e a proteína pode passar pelo leite. Os bebês que apresentam a alergia não devem ingerir nenhum produto derivado de leite de vaca. As mães que amamentam entram também nessa dieta. Além disso, deve-se também tomar cuidado com os utensílios para o preparo dos alimentos, que não devem ter contato algum com a proteína.

 


Fonte: Terra Viva

Produtor pode perder direito de usar nomes como gruyère, gorgonzola e parmesão.

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) prorrogou até o dia 22/12 o prazo para manifestações acerca da lista de Indicações Geográficas (IGs) da União Europeia. A consulta é direcionada especialmente a empresas e instituições brasileiras e vai orientar parecer do INPI para fundamentar negociações em acordo a ser fechado entre Mercosul e União Europeia.

Está em jogo, por exemplo, o direito de se usar ou não em países do Mercosul termos como vinho prosecco, queijos feta, gruyère, gorgonzola, parmesão, grana padano, entre outros.

 

Está em jogo, por exemplo, o direito de se usar ou não em países do Mercosul termos como vinho prosecco, queijos feta, gruyère, gorgonzola, parmesão, grana padano, mortadela bolonha, toscana e outros, semelhantes a marcas registradas e consolidadas no Brasil para o mesmo segmento. E, ainda, aqueles constantes da legislação brasileira de bebidas, como Genebra e Steinhaeger.

Termos da UE que forem reconhecidos como Indicação Geográfica pelo Mercosul não mais poderão ser usados comercialmente em produtos não procedentes da região específica da União Europeia. O termo parmesão passaria a ser usado exclusivamente para o queijo Parmigiano Reggiano, produzido na Itália. O equivalente brasileiro teria de mudar o nome, o que inclui embalagens, rótulos, cardápios e propagandas. Eventual mudança de nome de produtos e registro de novas marcas se tornariam necessárias, como já ocorreu no caso da transição de champagne para espumante, em 2013.

Eventuais manifestações de oposição em relação a denominações contidas na lista devem ser enviadas para o e-mail [email protected], contendo no máximo 20 MB. Também deve ser preenchido formulário específico.

A fim de mapear os interesses nacionais, bem como o impacto no mercado e na sociedade, o governo brasileiro, por meio do INPI, deu início à consulta pública. Qualquer pessoa física ou jurídica interessada, residente ou estabelecida no Brasil (associações, consumidor, produtor, distribuidor, vendedor, outros), que se sinta prejudicada com a possível restrição aos seus direitos adquiridos ou ao uso dos nomes iguais ou muito semelhantes aos indicados pela União Europeia pode se manifestar. Há um processo em curso em que o posicionamento do Brasil é fundamental para defender interesses nacionais.

O mesmo processo está ocorrendo simultaneamente nos demais membros do Mercosul e nos países membros da União Europeia. O acordo vale para os dois lados: os produtores e exportadores brasileiros que visam o mercado europeu, têm oportunidade de consolidar suas marcas e Indicações Geográficas reconhecidas no Brasil, igualmente na Europa, agregando valor aos seus produtos e ganhando reputação para denominações brasileiras de alta qualidade e competitividade.

Mercosul e União Europeia já apresentaram, na condição de blocos, suas listas de Indicações Geográficas que pretendem reconhecer e proteger diretamente por intermédio do acordo. A lista da União Europeia contém 347 nomes e a do Mercosul, 200.

 

EXEMPLOS DE OPOSIÇÃO

Casos mais frequentes em que as empresas e instituições brasileiras podem contestar a lista de Indicações Geográficas:

– Se a denominação entra em conflito com a de uma variedade vegetal ou raça animal, confundindo o consumidor sobre a origem do produto.

– Se alguma instituição ou empresa entender que a concessão de Indicação Geográfica interfere em direitos adquiridos. É preciso apresentar informações que demonstrem eventual interferência.

– Denominação idêntica ou semelhante já registrada ou com registro em tramitação para o mesmo produto ou similar, que pode confundir o consumidor.

– Nome genérico ou de uso comum em produto brasileiro. É preciso demonstrar que o nome foi usado de boa fé e comprovar a data de início da produção.

Para mais informações consulte o site do INPI.

 


Fonte: Mapa.

EUA – ADPI estabelece os primeiros padrões da indústria para a proteína do soro de leite.

O Instituto Americano de Produtos Lácteos (ADPI, sigla em inglês) criou os novos padrões para a proteína do soro de leite obtida diretamente do leite, a primeira para a indústria de laticínios, de acordo com o diretor técnico do ADPI, Dan Meyer.

 

 

Até hoje somente eram estabelecidos os padrões para a proteína do soro de leite procedente da produção de queijo. “Agora abrangemos todas as proteínas de soro de leite, incluindo as que não sejam subprodutos do queijo”, disse Meyer ao DairyReporter.

Para desenvolver os padrões, o ADPI criou uma “força tarefa” para desenvolver e redigir o padrão que será apresentado a um conselho de aproximadamente 50 membros para ser aprovado. “Tínhamos alguns membros que fabricavam o soro natural, e confiamos em suas contribuições, utilizando seus dados para desenvolver este padrão”, disse Meyer.

 

DEFINIÇÃO ESPECÍFICA PARA PROTEÍNA DE SORO DO LEITE

O padrão define que o produto proteína do soro seja obtido diretamente do leite, e que o produto depois de seco e acabado não tenha menos do que 25% de proteína. A proteína do soro será obtida através de microfiltração e/ou cromatografia do leite ou combinação do leite desnatado com ultrafiltração, nanofiltração, evaporação, diálise, ou “qualquer outro processo seguro e saudável no qual toda ou parte da lactose, minerais e umidade possa ser removida”.

O produto não pode ser produzido por qualquer processo ou combinação de processos que inclua coagulação enzimática da proteína e/ou precipitação ácida da proteína do leite bovino ou leite desnatado, acrescentou o ADPI.

O produto Proteína do Soro de Leite que contenham menos de 89,5% de proteína será denominado “Proteína Concentrada de Soro de Leite”, e o produto proteína de soro de leite que tenha um teor igual ou superior a 89,5% será chamado de “Proteína Isolada de Soro de Leite”, de acordo com os novos padrões.

A ADPI espera, eventualmente, que o novo guia de proteínas de soro de leite seja adotado ao nível global, como padrão pelo CODEX, diz Meyer.

“Esperamos que este padrão industrial desenvolvido pelo ADPI ofereça à indústria e aos consumidores melhor compreensão da função e composição de muitos ingredientes lácteos nutricionais em pó produzido nos Estados Unidos, e que venham a ser referências reconhecidas mundialmente para esses produtos”, disse o presidente do ADPI, David Thomas.

 


Fonte: Terra Viva.