Mitsubishi lança embalagens de alimentos que absorvem oxigênio

A Mitsubishi Gas Chemical America Inc. introduziu uma solução de embalagem flexível que absorve oxigênio – a NutraSave – no mercado norte-americano. A novidade é capaz de ‘mais do que dobrar’ a vida útil dos produtos alimentícios, incluindo os lácteos pasteurizados.

A NutraSave substitui a necessidade da embalagem típica com a sua tecnologia de absorção de oxigênio. Também, substitui o saquinho tipicamente encontrado em produtos alimentícios que visam a extensão do prazo de validade. “Há um pouco de estigma [associado às embalagens]”, disse Sean Hael, gerente de marketing e vendas da Mitsubishi Gas Chemical.

 

Embalagem NutraSave.

 

A tecnologia de resina de absorção de oxigênio da NutraSave está incorporada na embalagem flexível, eliminando a necessidade de colocar um pacote ou sachê no alimento e a necessidade do uso de mais sódio, especiarias e outros aditivos para neutralizar os efeitos do alto calor exigido no processamento da embalagem.

A tecnologia é atualmente usada no Japão, onde a Mitsubishi vende como embalagem terminada, mas para o mercado dos EUA, a empresa lançou o NutraSave em formato de resina para trabalhar com conversores de embalagens e pode funcionar eficientemente em sistemas de processamento existentes, de acordo com a empresa.

A Mitsubishi Gas Chemical está focada no mercado norte-americano de embalagens de retorta, que é avaliado em US$ 41 bilhões e deverá crescer 6,7% anualmente até 2020, de acordo com um relatório da Markets and Markets. “Aqui nos EUA, queríamos abrir e vender apenas a resina para que os processadores se conectassem com seus clientes”, disse Hael.

 

MAIS USOS

A NutraSave teve sucesso na prevenção de produtos alimentícios sensíveis ao oxigênio, como sopas, molhos, barras de proteína e alimentos para bebês. Na PackExpo, a empresa discutiu aplicações adicionais, como queijo embalado em temperatura ambiente, bem como aplicações em iogurte de beber ou de comer com colher, segundo Hael.

“O que nós queremos fazer é estender a vida útil a um ponto em que as pessoas não precisem ter prazos de validade curtos e extremamente conservadores”. Enquanto a tecnologia de resina só está disponível para soluções de embalagens flexíveis, como bolsas, a NutraSave pode eventualmente ser incorporada em outros formatos, como em tampas de iogurte ou recipientes rígidos.

 


Fonte: Dairy Reporter

Conheça nove queijos pelo Brasil

Quem ama queijos sabe o quanto é delicioso conhecer os diversos tipos desta iguaria. Por isso, preparamos um roteiro com nove dos mais conhecidos queijos nacionais espalhados pelas regiões no Brasil. São quase todos fabricados de leite cru.

No Sul, imperam o queijo serrano e o colonial, com versões gaúchas e catarinenses.

No Sudeste, Minas é incomparável. O estado é dividido em microrregiões – Canastra, Serro, Salitre e Araxá e, também conta com o mais recente Campo dos Vertentes. No Nordeste, são inúmeras as variedades de queijo coalho e manteiga – ainda muito presentes no dia-a-dia das pessoas.

Já no Norte do Brasil, é o queijo do Marajó feito no Pará, que abre as portas da casa para receber os turistas.

Ainda temos o Centro-Oeste cujos queijos ainda não saíram de suas fronteiras. Além, dos queijos da Serra da Mantiqueira, como o Campo Redondo e o Alagoa, que vêm estabelecendo no encontro de São Paulo, Rio e Minas. Ou o cabacinha, tradicional no Vale do Jequitinhonha. Sem contar os inúmeros queijos novos que estão em fase de testes pelos produtores.

Mas se você provar uma dessas nove variedades aqui indicadas, já terá uma boa visão da nossa tradição queijeira. Uma tradição que vive florescimento inédito.

 

SERRO, Sudeste (MG):

Registrado como patrimônio imaterial brasileiro, é produzido numa microrregião mais quente de Mina. Com 15 dias, já está no ponto. A casca deve ser firme bem espessa e fina e a massa, compacta. Sinais de que deu tudo certo na maturação.

 

Queijo do Serro. Reprodução da internet.

 

CANASTRA, Sudeste (MG):

Hoje talvez o mais conhecido do grupo dos queijos, devido à divulgação desse patrimônio mineiro – e, principalmente, ao trabalho diário dos queijeiros no campo. Aos 20 dias de maturação, já está no ponto, mas isso depende do gosto de quem vai consumir. Quanto mais tempo de maturação, mais concentrado o queijo fica. O aroma lácteo suave é indício de qualidade.

 

Queijo Canastra. Reprodução da internet.

 

SALITRE, Sudeste (MG):

É bem aparentado com o canastra e o Araxá. A maturação desenvolve os microrganismos de cada queijo, que vai depender do local onde foram fabricados. É comum dos produtores da Serra do Salitre cobrirem o queijo com uma resina amarela para ajudar na maturação. Lembrando que quanto mais velho, mais intenso e ácido é o queijo.

 

Queijo Salitre. Reprodução da Internet.

 

ARAXÁ, Sudeste (MG):

Tem uma aparência com o canastra quando fresco, mas é a ‘maturidade’ que lhe dá personalidade. O queijo é um pouco mais suave que o canastra, mas ainda assim complexo no sabor. Sua casca deve ser amarelecida, sem rachaduras. E à massa compacta, sem muitos furinhos.

 

Queijo Araxá. Reprodução da internet.

 

MARAJÓ, Norte (PA):

Produzido com leite de búfala , na Ilha do Marajó. Possui variedades, mas é menos cremoso. Contém boa elasticidade ao ponto de poder passar no pão. É um queijo para ser comido fresco – tem a suavidade dos frescos, mas a tipicidade do leite bubalino. Alguns produtores vêm testando formas de maturá-lo. A cor deve ser esbranquiçada, a massa compacta e o cheiro suave.

 

Queijo Marajó. Reprodução da internet.

 

COLONIAL, Sul (RS, SC):

A receita veio dos italianos imigrantes, ainda no século 19. Mas ganhou sotaque gaúcho e catarinense, e hoje é repetida em diversas pequenas propriedades no Sul, feito com leite de vaca. O ideal é que mature por ao menos 30 dias, período necessário para se revelar suavemente picante e salgado. Como escolher: Deve ser duro por fora, amarelado e, por dentro, levemente cremoso e elástico. Pode ter furinhos.

 

Queijo Colonial. Reprodução da internet.

 

COLONIAL COM URUCUM, Sul (RS, SC):

O colonial possui suas variações e o urucum é uma delas. Tem impacto visual e também no sabor, que é mais acido. Outra forma comum é descansar o queijo no vinho, deixando a casca roxa. Também matura por pelo menos 30 dias. A casca tem de ser firme e o miolo não pode estar seco demais.

 

Queijo Colonial com Urucum. Reprodução da internet.

 

SERRANO, Sul (RS, SC):

Não sabe bem ao certo suas origens. É original dos Campos de Cima da Serra, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, um dos lugares mais frios do País. O queijo serrano é a cara do local, bem típico: produzido em pequena escala, de sabor suave, mas que fica mais acentuado quando matura por uns 45 dias. Redondo, tem de ter a casca amarela e firme, mas macio, sinal de que o miolo está cremoso.

 

Queijo Serrano. Reprodução da internet.

 

COALHO, Nordeste (AL, CE, PB, PE, RN, SE):

O queijo coalho é feito em vários estados nordestinos e, cada qual com sua nota de sabor. É um queijo fresco e não é para ser maturado, e vai muito bem puro ou assado mesmo. Sua cor mais para o branco que para o amarelo indica sua melhor forma. Já os furinhos mais pulverizados na massa são comuns, mas é melhor evitá-los.

 

Queijo Coalho. Reprodução da internet.

 

MANTEIGA, Nordeste (AL, CE, PB, PE, RN, SE):

Feito para ser consumido fresco, como o coalho. É bastante gorduroso, pois sua massa amarelada brilha. Contém manteiga na produção e é feito sem que o leite de vaca seja coalhado. É bem macio e, geralmente, equilibrado no sal. Não tema a gordura, ela é característica do queijo, que deve ser macio, mas manter-se estruturado, sem desmanchar.

 

Queijo Manteiga. Reprodução da internet.

 

MANTEIGA COM RAPA, Nordeste (AL, CE, PB, PE, RN, SE):

Uma raridade no nordeste, queijo de manteiga com a rapa do tacho onde a massa é cozida. Os produtores do Rio Grande do Norte foram proibidos de vender justamente por causa da rapa que dá crocância e o amarguinho e quebra a homogeneidade do queijo manteiga.

 

Queijo Manteiga com Rapa. Reprodução da internet.

 


Fonte: Portal do Queijo

Yakult pesquisa efeitos de probióticos sobre a saúde mental

A Yakult planeja investigar os efeitos do consumo de probióticos nas condições de saúde mental, após resultados positivos de um estudo inicial em relação ao estresse físico. Falando na primeira cúpula da Probiota Asia, o pesquisador sênior da empresa, Toshihisa Ota, delineou a vasta gama de testes que apresentaram o Lactobacillus Casei Shirota (LcS) da Yakult em seus 80 anos de história. Ele apontou resultados positivos para a saúde intestinal, diabetes, doença do intestino irritável, imunidade e cuidados com o câncer. Mas ele disse que a saúde cognitiva, e especialmente a saúde mental, agora deveria ser examinada de forma mais aprofundada.

 

Yakult pesquisa efeitos de probióticos sobre a saúde mental.

 

Em sua apresentação, ele focou em um estudo recente que mostrou os efeitos benéficos da cepa em indivíduos com estresse físico. Ota elaborou três ensaios duplo-cegos, controlados por placebo, conduzidos para examinar os efeitos dos probióticos nas respostas de estresse psicológico e fisiológico em estudantes de medicina saudáveis que enfrentam estresse em provas.

 

SUPRESSÃO DO ESTRESE

Os indivíduos receberam leite fermentado com LcS ou placebo diariamente durante oito semanas antes de fazer um exame nacional. Os escores de ansiedade subjetiva, os níveis de cortisol salivar e a presença de sintomas físicos durante a intervenção foram coletados e analisados. “Aumentos acadêmicos induzidos pelo estresse nos níveis de cortisol salivares e a taxa de sintomas físicos foram significativamente suprimidas no grupo de probióticos”, disse Ota.

Por outro lado, estudos realizados com ratos sugeriram que os probióticos suprimiram os aumentos da corticosterona plasmática induzida pelos estresse de evasão de água. O artigo, publicado na revista Neurogastroenterol Motility, afirmou: “Essas descobertas sugerem que o LcS pode prevenir a hipersecreção de cortisol e sintomas físicos em condições estressantes, possivelmente através da sinalização aferente vagal para o cérebro e redução da reatividade ao estresse no núcleo paraventricular”.

Ota disse na cúpula, organizada pela NutraIngredients-Asia e realizada em Cingapura, que pesquisas futuras poderiam avaliar o impacto dessa cepa na depressão e no autismo. “Temos 80 anos de história atrás de nós, mas ainda não sabemos sobre os efeitos positivos do Yakult”, acrescentou. Ota disse que o Yakult possui institutos de pesquisa no Japão e na Europa, enquanto a cepa Shirota agora tem mais de 100 artigos publicados.

 


Fonte: Dairy Reporter

Danone usa inteligência artificial para evitar iogurte estragado

 

A inteligência artificial deixou de ser ficção e já está fazendo a diferença para muitas companhias.

 

A Danone é um exemplo. Ela instalou um novo sistema de para melhorar a sua eficiência no relacionamento com varejistas e conseguiu diminuir perdas e aumentar as vendas.

 

Trabalhador arruma produtos da Danone na prateleira de um supermercado (Andrey Rudakov/Bloomberg)

 

Com o novo programa, a indústria consegue oferecer pedidos de compra mais assertivos às varejistas. Assim, os produtos lácteos nem faltam nas prateleiras e nem estragam, pelo excesso de estoque que não é consumido.

 

Para a empresa, encontrar um equilíbrio nos envios para os varejistas é essencial. Os iogurtes da marca têm poucos dias de vida útil nas prateleiras. Por isso, se não forem comprados logo, estragam. Do outro lado, se o consumidor não encontrar um iogurte Danone na prateleira, opta pelo produto da concorrente e a empresa perde uma venda.

 

“Para nós, acertar no estoque nas lojas é muito importante. Como é um produto com poucos dias de vida, é difícil vender no tempo certo, o que complica a atuação da varejista”, diz Xavier Serres Escoda, diretor de TI da Danone.

 

O novo sistema foi desenvolvido pela Tevec, empresa de inteligência artificial para a cadeia logística. A ferramenta também é usada pela Kopenhagen, Chocolates Brasil Cacau, Gerdau, Baterias Moura, Ipiranga, entre outras empresas. O sistema, que já está no ar há 3 anos, recebeu investimentos de 12 milhões de reais.

 

MATEMÁTICA QUE DÁ LUCRO

 

Antes da introdução do sistema, os pedidos de compras nos varejistas eram muito mais manuais. A equipe de vendas da Danone ia às lojas para verificar os estoques, tanto nas prateleiras quanto nas câmaras frias.
Com base nisso, calculava quais foram as vendas naquele ponto no período e criava um pedido de compras. Por isso, “dependíamos muito da experiência do vendedor de fazer um pedido acertado”, afirma Escoda.

 

Já o novo sistema é mais automático. A primeira mudança foi feita em relação aos varejistas. O sistema de estoque foi integrado ao banco de dados da Danone, que sabe imediatamente como foram as vendas em cada um dos pontos de venda.

 

Além disso, o sistema usa inteligência artificial para calcular qual deve ser o pedido de compra. Ele analisa todas as variáveis e calcula quais delas têm relação com as vendas. Podem ser inseridas variáveis como promoções, campanhas de marketing, sazonalidade, preço ou lançamento de novos produtos.

 

Pode parecer uma mudança meramente técnica e matemática, mas para a Danone fez uma diferença considerável. Com a implantação do novo sistema da Tevec, a Danone reduziu as perdas em 6%. Também conseguiu aumentar as vendas em 10 pontos, nas lojas em que o sistema foi instalado. A novidade já está presente em 370 lojas do país e o plano é que chegue a 700 no fim do ano.

 

Se para a indústria a inovação é importante, ela também faz a diferença para a varejista. “Para o varejo, ter estoque em excesso é um custo muito grande. Ocupa espaço, é um custo de aluguel, manutenção e refrigeração, além do gasto com o descarte de produtos não vendidos”, afirma Bento Ribeiro, sócio-fundador da Tevec.

 


Fonte: Exame

Rotulagem de alimentos: qual é a proposta

O trabalho técnico da Anvisa para melhorar o rótulo dos alimentos deve ser transformado em uma proposta de padronização ainda este ano. O objetivo é facilitar o entendimento dos consumidores sobre as informações nutricionais nas embalagens de alimentos.

 

Rótulos devem ganhar novo modelo para tornar a vida do consumidor mais fácil.

 

No último mês de agosto, a Anvisa realizou uma reunião com os membros do Grupo de Trabalho que discute o tema e que apresentaram propostas para melhorar a rotulagem. Os modelos de rotulagem frontal, que viriam na frente da embalagem, são adaptações dos padrões utilizados no Reino Unido e no Chile, principalmente. No Reino Unido é utilizado um sistema de semáforo nutricional, enquanto o Chile adota o modelo de advertências. Porém há ainda outros modelos que podem ser usados no Brasil.

 

Um dos desafios do trabalho é avaliar o que funciona melhor na hora em que o consumidor olha para a embalagem e precisa decidir o que levar para casa. Atualmente, não há estudos científicos publicados que comparem a efetividade dos modelos neste aspecto da compreensão e promoção das escolhas alimentares mais adequadas para a população brasileira.

 

TRANSPARÊNCIA

 

Como está o processo

Os documentos que tratam da revisão da rotulagem estão sendo publicados para que os interessados no tema possam acompanhar o processo, antes mesmo da abertura da Iniciativa Regulatório e da Consulta Pública que acontecerão em breve.

 

Conheça o material

Resultados das atividades desenvolvidas e próximas ações – Este documento traz um detalhamento do que já foi feito, as propostas existentes até o momento e as próximas etapas.

Relatório Completo do Grupo de Trabalho sobre Rotulagem Nutricional – Traz o detalhamento completo das atividades feitas pelo GT de Rotulagem.

Consulte o processo completo – Processo de tramitação do tema na Anvisa.

 


Fonte: ANVISA

Cauteloso, brasileiro abre mão de iogurte

Apesar dos sinais de recuperação econômica, o brasileiro continua preocupado, achando que a inflação pode subir e o desemprego, também. Por isso, ele ainda abastece a despensa com produtos básicos como açúcar, café solúvel e detergente em pó. E está aprendendo a viver sem iogurte e creme de leite, entre outros produtos. Essa cautela tem a ver com o cenário que a população desenha para os próximos seis meses.

 

“A percepção de que a inflação e o desemprego aumentarão subiu devido à queda recente na renda pessoal e à situação financeira futura”, afirma Márcia Cavallari Nunes, presidente do Ibope Inteligência. No mês passado, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor apurado pelo Ibope Inteligência e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu 3,1% na comparação com agosto, para 98,5 pontos. Esse recuo reverteu o crescimento observado no mês anterior e levou o indicador ao menor patamar deste ano. O brasileiro mostrou pessimismo em relação ao emprego, endividamento e à inflação. O medo do desemprego atingiu o segundo maior patamar da série histórica iniciada em 1996, a 67,7 pontos, apesar dos sinais de recuperação da produção e do emprego. “Para o consumidor, a situação financeira futura não irá melhorar”, disse a executiva do Ibope. Diante disso, o consumidor continua cauteloso quando vai ao supermercado. Pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel, em 11,3 mil domicílios em todo o país, identificou que esse comportamento reflete um orçamento apertado.

 

“Mesmo que 2017 esteja melhor em termos de inflação, a taxa de desemprego segue elevada. Este cenário beneficia os alimentos e os produtos que são comprados com mais frequência. Por enquanto, os consumidores estão mais racionais para fazer suas compras, procurando as melhores ofertas e as embalagens mais adequadas”, afirmou Christine Pereira, diretora comercial da Kantar. Segundo ela, embora o estudo tenha sido realizado nos seis primeiros meses do ano, o retrato dos hábitos do brasileiro permanece inalterado na metade deste semestre. A pesquisa, que abrange 82% da população nas cidades com mais de 10 mil habitantes, detectou que o consumidor está aprendendo a viver sem alguns produtos como creme de leite, queijo tipo “petit suisse”, alisantes para cabelos e leite pasteurizado. Batata congelada, bebidas à base de soja, achocolatado em pó e hambúrguer estão sendo comprados com mais parcimônia.

 

 

Os produtos tiveram retração por dois semestres consecutivos e crescimento nos seis primeiros meses deste ano. No primeiro semestre, a cesta de perecíveis teve retração de 10,2% em unidades compradas e de 13,1% em toneladas, em relação a igual período do ano passado. Se forem considerados todos os produtos, o volume consumido em toneladas subiu 1,2% no semestre, na comparação anual. Neste caso, o destaque é para o impulso nas vendas de bebidas no Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas e Paraíba. Os brasileiros do Norte e do Nordeste estão indo menos vezes às compras, mas lideram o volume consumido, em toneladas, no país. A diretora da Kantar explicou que esse movimento é causado pelo crescimento dos atacarejos, sobretudo no Ceará. Na região Sul também registra-se aumento da quantidade de produtos comprados, com redução na frequência às lojas. Na Grande São Paulo, houve queda de 2,1% em toneladas consumidas, enquanto as idas às lojas ficaram estáveis. A Grande Rio, por sua vez, teve recuo de 3,3%, em toneladas, mas o número de compras subiu 5,6%. Nas regiões metropolitanas, as compras de maior frequência são feitas para pequenas reposições da despensa, principalmente no Rio de Janeiro.

 


Fonte: Valor Econômico

Pesquisadores da Universidade de Queensland revelam segredo de queijo Australiano

Pesquisadores dizem que seu novo conhecimento sobre o funcionamento interno de uma bactéria tem implicações importantes para a indústria de queijos de bilhões de dólares da Austrália.

 

O Professor Mark Turner, pesquisador da Escola de Agricultura e Ciências Alimentares da Universidade de Queensland, disse que uma descoberta de um grupo de pesquisa da UQ, da Universidade de Columbia e da Universidade de Washington explicou a regulação de uma enzima na bactéria Lactococcus, que é usada como cultura inicial na produção de queijo.

 

“Nossa pesquisa fornece novos conhecimentos sobre esta bactéria alimentar industrialmente importante”, disse o Dr. Turner.

 

“A Austrália produz mais de um bilhão de dólares de queijo por ano, e Lactococcus é fermento lácteo mais utilizado”, disse Turner.

 

Dois estudantes de doutorado do laboratório de pesquisa de microbiologia de alimentos do Dr. Turner da Universidade de Queensland – Thu Vu e Huong Pham – identificaram que a enzima conhecida como piruvato carboxilase era essencial para uma eficiente acidificação do leite, um traço industrial importante nas culturas iniciais de Lactococcus.

 

O Dr. Turner disse que a enzima era essencial para sintetizar o aspartato de aminoácidos, e as bactérias defeituosas na enzima não conseguiram produzir altos níveis de ácido lático no leite, o que é necessário para a primeira etapa da fabricação de queijos.

 

 

“Nossa colaboração também descobriu que uma molécula pequena recentemente descoberta em bactérias, chamada cíclico-di-AMP, se liga diretamente a e inibe a enzima piruvato carboxilase”.

 

“A molécula é essencial para o crescimento de uma ampla gama de bactérias, incluindo muitos agentes patogênicos humanos, e estamos apenas nos estágios iniciais de entender como ele controla processos importantes em bactérias”.

 


Fonte: The Dairy Site

Relatório Tetra Pak 2017 aponta para mercado online

A Tetra Pak divulgou um novo relatório, o Índice Tetra Pak de 2017, que discorre sobre a necessidade das marcas de se focarem no relacionamento online com os consumidores.

 

A empresa identificou um grupo de “Super Líderes”, que consideram como o subconjunto mais influente da comunidade de consumidores online.

 

 

Quando engajados, esse influenciadores digitais podem se tornar defensores da marca, espalhar mensagens, moldar opiniões e auxiliar a construir a confiança dos consumidores nos produtos.

 

Representando apenas 7% da população online, de acordo com o relatório, os Super Líderes são as pessoas mais sociais e ativas na internet. Mais da metade (57%) deles escreve resenhas de marcas ou produtos todas as semanas, e quase 2/3 (65%) dizem se sentir mais inclinados a fazê-lo após uma experiência positiva.

 

Ainda, mas de 3/4 (78%) esperam que as marcas respondam as suas resenhas, e dizem que a interação com as empresas melhora a opinião deles a respeito da marca (79%).

 

Alexandre Carvalho, diretor de marketing de serviços da Tetra Pak, disse que as marcas precisam ajustar as suas estratégias de comunicação e utilizar canais mais específicos, inteligentes, autênticos e conteúdos engajadores caso desejem se ajustar às oportunidades desse novo mundo.

 

Carvalho disse à Dairy Reporter que as indústrias de laticínios e bebidas precisam se conectar com os diferentes tipos de consumidores, motivo pelo qual o índice 2017 foca no métodos online de conexão com os clientes.

 

OUVINDO OS CONSUMIDORES

 

Ele disse que o relacionamento online é um tópico globalmente importante. “Também é muito oportuno, e eu suspeito que, para muitas empresas, é uma área em que ainda não se sentem confortáveis ou não sabem muito a respeito”, disse Carvalho.

 

Grandes empresas, incluindo algumas empresas de produtos lácteos, estão criando equipes de marketing digital mais experientes, ele disse.

 

“Nem todas as companhias possuem essa capacidade de integrar a maior parte dos suas equipes de marketing”

 

“As empresas estão abordando o desafio online de diferentes maneiras, a depender do tamanho de cada uma. Nós vemos muitas companhias se desenvolvendo internamente, criando laboratórios e times inteiros para ouvir a sociedade, ou para acompanhar os resultados de suas campanhas de marketing. Quando olhamos para as empresas menores, vemos que elas dependem de seus parceiros externos”.

 

GRANDES MUDANÇAS

 

Carvalho disse que a internet e as mídias sociais estão mudando rapidamente.

 

“Quando criamos esses segmentos sobre os quais falamos no relatório e a ideia dos Super Líderes, muitas companhias já entendiam sobre isso. Então elas já tinham uma boa conexão com esses influenciadores e consumidores para nos dar um feedback. Elas possuem grupos muito ativos para ouvir os consumidores”.

 

“Mas o que percebemos é que ainda não existe uma solução perfeita. Uma das melhores práticas é criação de diálogos reais com seus clientes, mesmo com aqueles que falam mal da marca”.

 

Carvalho disse que escutar os consumidores e responde-los em tempo hábil é tão importante quanto tentar dar forma à conversa.

“O que vemos no estudo é que as marcas que realmente criaram uma conversa ativa e de maneira transparente estão desenvolvendo um engajamento muito forte de seus clientes com a marca”.

 

“Ainda é um desafio para a maior parte das empresas identificar aqueles consumidores que falam positivamente sobre a marca de forma espontânea.

 

QUATRO TIPOS DE CONSUMIDOR

 

Carvalho disse que o relatório abrange quatro tipos de interação. Assim como os Super Líderes, existem os observadores, pessoas que Carvalho explicou que não são ativamente engajadas com as marcas, mas utilizam as mídias sociais.

 

Os funcionais utilizam a internet quando buscam algo específico. O quarto grupo é o dos conectores, que estão online mas não querem se relacionar com as marcas.

“Então o que você vê é uma caracterização de acordo com o tipo de comportamento. Penso que essa é uma grande oportunidade, identificando esses perfis a partir do que a empresa ouve de seus consumidores”.

 

 

MUDANÇAS NAS DESPESAS DE MARKETING

 

Os métodos tradicionais de marketing incluem o radio, a televisão e as propagandas impressas, mas Carvalho disse que isso está mudando.

 

Ele disse que, nos Estados Unidos, a proporção entre a propaganda tradicional e online está em 50/50, enquanto na Europa prevalece o marketing e propaganda tradicional, com uma proporção de 70/30.

 

“O que temos visto é que ao longo dos anos o números da propaganda online tem crescido. Mais empresas têm assumido os riscos da mídia online”.

 

“Então, por exemplo, elas alocam recursos menores nas mídias digitais para viabilizar uma maior quantidade de experimentos digitais. Nós vimos algumas grandes companhias de bebidas dizendo que colocariam 5% de seu orçamento total em técnicas de marketing digital bem pequenas e experimentais para aprender com elas”.

 

 

MÉTRICAS VIRTUAIS

 

Carvalho disse que as medidas de “likes” e “cliques” são muito importantes, bem como as taxas de conversão. “Quantas dessas pessoas que receberam e mensagem da marca estão dispostas a adquirir os produtos?”, ele disse reforçando que é importante descobrir qual é o momento certo de interagir no caminho do consumidor.

 

“Esse o grande ponto hoje em dia – quando é o momento certo para conectar com o consumidor?” As tendências apontam para a necessidade de criação de novos postos de trabalho para compreender esse momento, disse Carvalho.

 

“Nós vemos uma quantidade grande de empresas criando laboratórios digitais, novas posições com nomes diferentes, novos postos de trabalho e uma grande quantidade de conhecimentos específicos, pois muitas dessas questões ainda estão em uma grande curva de aprendizado”. Carvalho disse que uma grande estratégia hoje em dia é não pensar apenas online ou offline, mas pensar no omni-channel (Omni-Channel é uma tendência do varejo que se baseia na convergência de todos os canais utilizados por uma empresa. Trata-se da possibilidade de fazer com que o consumidor não veja diferença entre o mundo online e o offline. O Omni-Channel integra lojas físicas, virtuais, e o comprador. Dessa maneira, pode explorar todas as possibilidades de interação.) “Esse é o lugar onde o consumidor quer comprar o produto. É a ideia de que, independente de onde esteja, independente de quando seja, o produto está ali”.

 

A COMUNICAÇÃO DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO ASPECTOS LOCAIS

 

Carvalho disse que as companhias que querem aderir às vendas online também precisam estar cientes da necessidade de se considerar os gostos regionais dos consumidores.
“Penso que existe uma necessidade de adaptação a cada cultura, porque a competição aumenta ainda mais nesses canais com a globalização. Existem as nuances das culturas, então é preciso ter equipes locais capazes de adaptar os produtos a cada momento e manter esse relacionamento”. “Eu vejo que, por exemplo, em um grande fornecedor de software, existem diferentes equipes ouvindo os clientes de cada localidade. Eles não possuem um time central localizados apenas nas matrizes”.

 

OPORTUNIDADES PARA PRODUTOS LÁCTEOS

 

Carvalho disse que apesar de as vendas online ainda não representarem uma grande porção para o mercado de alimentos, esse é o futuro.

 

“No relatório é chocante quando vemos a quantidade de horas que as pessoas passam conectadas – uma média de quatro horas por dia em seus smartphones”.

 

“Então as companhias precisas tirar vantagem disso, uma vez que a indústria de alimentos representa apenas 2 a 3% das vendas. Espera-se um crescimento de 10% nos próximos seis anos, mas esse é um canal em que as empresas de produtos lácteos poderiam realmente desenvolver novas oportunidades”.

 

 

CRIANDO PRODUTOS ONLINE

 

Porém, Carvalho disse que algumas empresas estão combatendo as vendas online.

 

“Grandes empresas de bebidas, como , por exemplo, a Coca-cola, estão criando seus próprios canais de vendas de produtos diretamente com os consumidores, criando um novo relacionamento, como a customização de produtos. Mais é muito, muito pequeno”.

 

Porém, esse não é necessariamente o caso da China, disse Carvalho. “A China é um dos países mais avançados em termos de companhias de produtos lácteos, muitas das grandes empresas lá estão criando produtos para serem vendidos especificamente pela internet”.

 

“Eles estão criando uma especial comunidade de leite e bebidas lácteas para conectar com a comunidade apenas pelo canal online. Ele nem mesmo vendem essas produtos fora da internet”.

 

Carvalho disse que em cinco anos ele espera que haverá um grande número de vendas realizadas por startups de alimentos ou companhias que criarem novos conceitos para atingir os consumidores.

 

“Eu acredito que também veremos muitos produtos que vimos nos relatórios serem criados por demanda, uma espécie de co-criação, utilizando os Super Líderes para criarem produtos que realmente atendam diretamente às demandas dos consumidores”.

 


Fonte: Dairy Reporter

Rio Grande do Sul pede investigação número de produtos lácteos do Uruguai

O governo do Rio Grande do Sul vai solicitar ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) que abra investigação para apurar os números de importação de produtos lácteos do Uruguai, alegando suspeita de prática ilegal de comercialização.

O documento foi assinado na quarta-feira pela Farsul, Fetag e Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), e deve ser protocolado ainda nesta semana em Brasília. O texto apresenta dados que sugerem que o Uruguai estaria importando leite de outros países para exportar para o Brasil.

 

Utilizando fontes como o Banco Mundial e o próprio MDIC, o ofício aponta que em 2016 o Uruguai produziu 1,775 bilhão de litros de leite, sendo 791 milhões de litros para o mercado interno. Sobrariam ao país 984 milhões de litros para exportação.

 

No ano passado, o MDIC registrou a entrada de 1,036 bilhão de litros de produtos lácteos vindos do Uruguai, entre queijo, leite em pó, manteiga, butter oil e leite UHT, 52,7 milhões de litros a mais do que o produzido por aquele país. “São indicativos muito fortes de que algo está errado, porque o Uruguai não exporta leite apenas para o mercado brasileiro”, comentou o secretário da Agricultura, Ernani Polo. “Nós tomamos esta iniciativa para tentar proteger o produtor de leite gaúcho e brasileiro que vem enfrentando desde o ano passado a concorrência do produto uruguaio, com prejuízos”, justificou.

 

O presidente da Comissão de Leite e Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, afirmou que o Departamento de Defesa Comercial do MDIC, caso acate a solicitação, deve conferir os números apresentados no documento gaúcho e pedir explicações ao país vizinho. “Se a suspeita for comprovada, o Uruguai pode sofrer sanções diplomáticas que estão previstas na legislação do comércio exterior”, apontou.

 


Fonte: Correio do Povo

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Queijo prato com menos sal desenvolvido na Unicamp é aprovado por consumidores

Embora o consumo de queijos contribua pouco para a ingestão diária de sódio, existe o interesse de certos segmentos de consumidores no desenvolvimento de produtos em que seu teor seja reduzido.

 

Avaliar os efeitos da diminuição de sal sobre as características físico-químicas do queijo prato – cujo consumo no Brasil é suplantado apenas pelos tipos muçarela e requeijão – constituiu o foco da pesquisa desenvolvida durante mestrado em tecnologia de alimentos pela engenheira de alimentos Débora Parra Baptista. O estudo deu ênfase à maturação, que é a transformação dos compostos dos queijos, como a quebra das proteínas (proteólise) que ocorre, de forma contínua, por ação de enzimas adicionadas e produzidas pelos microrganismos, levando à formação das características típicas dos queijos maturados, como sabor, aroma e textura que afetam a aceitação sensorial do produto por parte do consumidor.

 

Sabe-se que o sal tem importante papel na definição das características dos queijos, constituindo sua redução um desafio tecnológico. Além de conferir aos queijos o gosto salgado desejável, o sal exerce controle sobre as atividades microbiana e enzimática durante sua maturação e, juntamente com o pH e o teor de cálcio, afeta a hidratação da proteína do queijo (caseína), importante no desenvolvimento das características do produto final.

 

A engenheira de alimentos Débora Parra Baptista, autora da pesquisa, e a professora Mirna Lúcia Gigante, orientadora: características físico-químicas preservadas.

 

Realizado junto ao Laboratório e planta piloto de leite e derivados, do Departamento de Tecnologia de Alimentos, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e orientado pela professora Mirna Lúcia Gigante, o trabalho centrou-se na determinação do nível de redução de sal que não afetasse as características físico-químicas e sensoriais do queijo prato, de modo que fosse igualmente aceito pelos consumidores quando comparado aos queijos disponíveis no mercado. Segundo a autora, diferentes estratégias podem ser utilizadas para reduzir o teor de sal dos produtos industrializados. Mas as pesquisas devem ser iniciadas pela determinação do teor mínimo de sal requerido para que sejam atingidas as características desejáveis em cada produto.

 

A importância do trabalho ressalta quando se sabe que o consumo excessivo de sódio é associado ao aumento da pressão arterial, ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e à ocorrência de acidentes vasculares cerebrais. Sua redução em alimentos industrializados tem mobilizado órgãos regulatórios, produtores e áreas acadêmicas na direção de soluções que viabilizem, simultaneamente, a redução de sal e a manutenção da qualidade e segurança dos produtos. Já em 2013, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos fecharam acordo para a redução de sódio em carnes e laticínios, em consonância com a Organização Mundial da Saúde que recomenda a ingestão máxima de 2000 mg de sódio por dia.

 

O estudo foi desenvolvido em parceria com o professor Marcos Nogueira Eberlin, do Laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas, do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, e contou com a colaboração da pesquisadora ­­­Francisca Diana da Silva Araújo.

 

Processo de fabricação em tanque de aço inox do tipo queijomatic: os queijos foram desenvolvidos em um único tanque e divididos em 3 porções que foram salgadas por tempos diferentes de forma a obter queijo controle, queijo com 25% de redução de sal e queijo com 50% de redução de sal.

 

DUAS FASES

 

O trabalho constou de duas fases distintas. Na primeira, foram analisadas dez marcas de queijo prato comercializadas em Campinas, mas provindas de várias regiões do país. Esses queijos foram avaliados quanto à composição (teores de umidade, gorduras, proteínas e sal) e quanto ao perfil de peptídeos, que são os fragmentos obtidos após a quebra das proteínas ou proteólise. Corroborando com dados já publicados pela Anvisa, os resultados indicaram uma variação muito grande na quantidade de sal, que foi de 1,09% a 3,77%, evidenciando falta de padronização dos queijos. Para a autora, “as análises mostraram que esses queijos comerciais, produzidos com diferentes matérias-primas e condições de processamento, apresentaram perfis de peptídeos muito similares quando avaliados no nível molecular e que os resultados sugerem que a redução de sal é perfeitamente possível, uma vez que produtos com teores tão diferentes de sal são aceitos pelos consumidores”. Essas conclusões foram publicadas no Journal of Food Science sob o título A survey of the peptide profile in prato cheese as mesuared by MALDI-MS and Capillary Electrophoresis (Avaliação do perfil de peptídeos do queijo prato por MALDI-MS e Eletroforese Capilar).

 

A segunda parte da pesquisa avaliou o efeito da redução do sal (25% e 50%) na proteólise, firmeza e aceitação sensorial do queijo prato durante 60 dias de maturação. Para esta segunda fase, a autora produziu, pelo processo industrial convencional, mas em escala menor, queijos prato com três teores de sal: os queijos controle, com 1,7% de sal, que corresponde ao valor médio encontrado nos queijos comerciais; e os queijos com redução de 25% e 50% de sal em relação ao queijo controle, ou seja, com teores de 1,23% e 0,84% respectivamente.

 

Na sequência, da esq. para a dir., queijo controle, queijo com 25% de redução de sal e com 50% a menos.

 

Os queijos com 50% de redução de sal mostraram-se de qualidade inferior ao queijo controle e não foram bem aceitos pelo consumidor por serem menos firmes e mais ácidos. Por outro lado, os queijos produzidos com 25% de redução de sal apresentaram o mesmo perfil de proteólise e tiveram características similares aos do queijo controle. Na avaliação sensorial os queijos controle e com 25% de redução de sal receberam as mesmas notas em relação à aceitação global que inclui aparência, aroma, sabor e textura. Esses resultados foram publicados no International Dairy Journal sob o título Reduction of 25% salt in prato cheese does not affect proteolysis and sensory acceptance (Redução de 25% de sal em queijo prato não afeta a proteólise e aceitação sensorial).

 

A professora Mirna destaca que a transformação mais importante durante a maturação é a proteólise, que é caracterizada pela quebra das cadeias de proteínas pela ação enzimática, determinando a textura e o sabor dos queijos. Ela conclui: “No queijo prato, com até 60 dias, período em que nos detivemos, obtivemos queijos bastante saborosos com 25% de redução de sal, sem prejuízo das características funcionais e sensoriais desejadas pelo consumidor. O mesmo não aconteceu quando a redução de sal foi de 50%”.

 

Para as pesquisadoras, a redução de 25% do teor de sal no queijo prato, em relação ao valor médio presente nos produtos comerciais examinados, é possível sem comprometer o desenvolvimento da maturação e suas qualidades físico-químicas e sensoriais, indicando a possibilidade de fabricação de um produto mais saudável.

 


Fonte: UNICAMP