Apesar da queda nos custos de produção da atividade leiteira, elas estão maiores que em 2017

Os custos de produção da atividade leiteira caíram pelo segundo mês consecutivo. Segundo o Índice Scot Consultoria de Custo de Produção o recuo foi de 0,8% em julho, em relação a junho deste ano.
A queda nos preços dos alimentos concentrados e dos combustíveis puxaram o indicador para baixo.

Em relação a igual período do ano passado, os custos da atividade estão 10,5% maiores.
Com o ligeiro recuo nos custos de produção e aumento no preço do leite pago ao produtor nos últimos meses as margens da atividade melhoraram.

Para o curto prazo, a expectativa é de preços mais firmes para os alimentos concentrados, com a entressafra nos Estados Unidos e boa demanda interna e para exportação. Atenção também ao câmbio.

Fonte: Scot Consultoria

Leite pode ser a melhor opção após o exercício

Quando se trata do melhor líquido para beber antes, durante ou após exercícios físicos, a melhor pedida é água ou isotônicos, certo? Errado. Cientistas estão dando suporte científico para casos como o de Matt Whitmor, um instrutor de ginástica londrino. “Eu faço isso religiosamente”, conta. Ele começou a beber leite após o exercício cerca de 10 anos atrás, quando não podia pagar suplementos caros ou shakes de proteína. “O leite me ajuda a recuperar mais rapidamente e eu me sinto ótimo depois de bebê-lo”, explica. Agora, ele odeia treinar sem leite.

Os benefícios de saúde do leite – que tem carboidratos e eletrólitos, cálcio e vitamina D – já são bastante conhecidos. A novidade fica por conta da constatação de que a bebida contém também as duas melhores proteínas para a reconstrução dos músculos – o que ajuda no desempenho de atletas.

Os músculos se danificam após uma bateria intensa de exercícios aeróbios como correr, jogar futebol ou andar de bicicleta. A caseína e a proteína do soro do leite (também conhecida como “whey protein”) são precisamente o que o organismo necessita para regenerar músculos rapidamente.

A nutricionista do Medical Research Council do Reino Unido, Glenys de Jones, explica que o conteúdo de proteína de leite torna-o uma bebida pós-exercício ideal. “O leite fornece os blocos de construção de que você precisa para construir novos músculos”, compara Glenys, que não tem laços com a indústria de laticínios. Ela lembra que as bebidas esportivas, embora substituam principalmenteos carboidratos e eletrólitos perdidos, elas geralmente não possuem os nutrientes necessários para os músculos se regenerarem.

Especialistas têm se dividido sobre a eficiência do leite como bebida esportiva. Além dos cientistas, os produtores de leite também estão espertamente ansiosos para entrar no mercado multibilionário, muitas vezes patrocinando pesquisas sobre os benefícios do leite de atletismo. E assim, o debate continua com o leite recendo muita atenção.

Em um estudo publicado na Revista Applied Physiology, Nutrition and Metabolism, os pesquisadores descobriram que pessoas que beberam leite após o treinamento foram capazes de se exercitar durante mais tempo na sua próxima sessão, se comparado às pessoas que haviam ingerido bebidas esportivas ou água.

“É a forma de hidratos de carbono e os nutrientes do leite que é mais importante”, analisa Emma Cockburn, professora de esportes e treinadora da Universidade de Northumbria, Inglaterra e responsável pelo estudo.

Emma aconselha os atletas a beber leite imediatamente após o treino. “Os danos causados pelo exercício levam a um colapso das estruturas de proteínas nos músculos, mas isso só acontece entre 24 e 48 horas mais tarde”, explica. Se os atletas beberem leite logo após o exercício, no momento em que ele for digerido, os nutrientes do leite já estarão prontos para serem absorvido pelos músculos que foram atingidos. Por ser esvaziado do estômago mais lentamente do que as bebidas esportivas, o leite mantém o corpo hidratado por mais tempo.

Para as pessoas que não gostam da ideia de beber leite puro, os especialistas recomendam adicionar um pouco de chocolate ou outro sabor artificial. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, o nadador Michael Phelps, oito medalhas de ouro na competição, costumava tomar uma bebida de leite aromatizado entre as provas.

Entretanto, alguns especialistas alertaram que beber leite após o exercício não é para todos. Catherine Collins, nutricionista e porta-voz da Associação Dietética Britânica, argumenta que, enquanto o leite pode ser benéfico para os atletas de elite que queimam milhares de calorias por dia durante o treinamento intensivo, o leite pode trazer más consequências para frequentadores ocasionais de academia. “O achocolatado, principalmente, pode adicionar calorias indesejadas após o exercício”, sustenta. Além disso, porque é mais difícil de digerir, as pessoas só devem beber leite depois que terminar o exercício, não durante.

Fonte: Hypersciece

Menor oferta de matéria-prima e alta do longa vida dão sustentação aos preços do leite ao produtor

O preço médio subiu 3,4% frente ao pagamento anterior, que já havia registrado aumento de 1,6%, mas ainda assim o preço vigente está 5,0% abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado, em valores nominais.

A alta foi puxada pela menor oferta de leite no país e maior concorrência entre os laticínios, com a curva de produção de leite caindo desde dezembro de 2017 nas principais bacias do país.

Os dados parciais do Índice Scot Consultoria de Captação apontam para queda de 2,1% no volume de leite captado em março, frente a fevereiro deste ano.

Com a menor disponibilidade de matéria-prima e o consumo reagindo na ponta final da cadeia (ainda que timidamente) os preços dos lácteos subiram no atacado desde o começo de 2018 e dão suporte às cotações na fazenda. A alta de preços na indústria foi puxada principalmente pelo leite longa vida.

Para o pagamento a ser realizado em abril, referente a produção de março, 73,0% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em alta do preço do leite ao produtor e os 27,0% restante falam em manutenção frente ao pagamento anterior.

Para o pagamento de maio/18, mais de 95,0% das indústrias no Sul, Sudeste e Centro-Oeste apontam para alta nos preços do leite ao produtor.

A expectativa é de que os preços subam até pelo menos o pagamento de julho.

Fonte: Scot Consultoria

Processadores de cacau estimam retomada do setor em 2018

Depois de uma sequência de safras castigadas por estiagens, a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) prevê melhora do mercado e da produção do fruto este ano.

Em nota, Eduardo Bastos, diretor executivo das AIPC, afirmou que este é um ano de mudanças e retomada do setor. O executivo acredita no aumento do consumo interno e também das exportações do produto. “Estamos no início de um ciclo virtuoso”, avalia

Os produtores reduziram drasticamente a produção de cacau no país nos últimos anos — além da crise hídrica, o setor diz ter sofrido prejuízos com a crise econômica –, impondo a indústria de derivados a elevação de custo devido a maior necessidade de importação. A previsão é de que em 2018 a entrada do insumo exportado no país caia aproximadamente 35% e a moagem chegue a 220 mil toneladas.

Neste ano, com uma melhora das chuvas e da maior produção no campo, a expectativa é de que as empresas recebam 10% mais o volume de cacau, elevando de 162.130 toneladas em 2017, para cerca de 180 mil toneladas em 2018. Com isso a necessidade de importações deve cair, diminuindo de cerca de 60 mil toneladas para 40 mil toneladas, aponta o AIPC.

Os processadores de cacau, ainda cautelosos, apontam uma elevação de aproximadamente 1% na moagem em 2018, em comparação ao ano anterior, subindo de 218 mil toneladas em 2017, para algo em torno de 220 mil toneladas.

“O país segue crescendo e a inflação está controlada. Temos observado a recuperação da economia, e a sinalização positiva para o crescimento do mercado este ano, o que aponta para uma melhora no apetite do consumidor. Quanto maior a renda, maior o consumo de chocolate. Entretanto, é preciso observar que ainda estamos em um ano de instabilidade política e de muitas incertezas em relação ao cenário eleitoral. O que sempre acaba impactando a economia”, observa Eduardo Bastos.

Fonte: Globo Rural

Programa “Mais Leite Mais Renda” traça estratégias para alavancar a produção

Produção de leite no estado de são paulo

Reunido na sexta-feira, 2 de fevereiro, na sede da Secretaria de Agricultura, na Capital, o grupo gestor do programa Mais Leite, Mais Renda avaliou o trabalho realizado em 2017 e discutiu a agenda para 2018. A reunião foi presidida pelo secretário Arnaldo Jardim, titular da Pasta, e contou com a presença de José Luiz Fontes, dirigente da Assessoria Técnica da Secretaria; Fernando Gomes Buchala e João Brunelli Júnior, responsáveis, respectivamente, pelas coordenadorias de Defesa Agropecuária (CDA) e de Assistência Técnica Integral (Cati); e de Diógenes Kassaoka, diretor do Instituto de Cooperativismo e Associativismo (ICA).

Para dar maior agilidade aos trabalhos, a equipe de coordenação do programa dividiu-se em 5 grupos de trabalho (GTs), que aprofundam temas específicos, mas mantêm total sinergias entre os grupos. Após análise dos avanços e entraves encontrados no último semestre de 2017, os integrantes dos GTs apresentaram as propostas para 2018:

Regulamentação: aprovar a regulamentação que rege a agroindústria de pequeno porte e a produção artesanal e propor alterações no decreto 36.964, que trata da inspeção de produtos de origem animal. O trabalho desse GT já está bem encaminhado, conforme observou Buchala, lembrando que, após consulta pública, a minuta de resolução que moderniza a legislação sobre a produção de queijos artesanais, charcutaria e outros embutidos de origem animal, que se encontra em fase de implantação. “O Estado de São Paulo está modernizando a legislação, desburocratizando e facilitando o acesso, sem perder os controles. Procedimentos tem que ser respeitados, por que o que está em jogo é a saúde dos consumidores”, explicou, destacando que São Paulo já encaminhou uma solicitação de auditoria por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que o Estado possa integrar o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) e passe a emitir um selo que permitirá ao produtor paulista vender seus produtos em todos os estados da Federação.

Grande idealizador do programa, Arnaldo Jardim afirmou que o Mais Leite, Mais Renda avaliou o trabalho realizado em 2017 e discutiu a agenda para 2018. A reunião está cumprindo o objetivo de coordenar as ações de fomento para o setor com iniciativas que muitas vezes não conseguem ganhar a devida repercussão. Para o titular da Pasta, a articulação e integração das ações fará com que o setor ganhe escala e tenha melhor sintonia. “A estimativa é ampliar em 41% a produção, nos próximos 10 anos, partindo dos 1,77 bilhões que temos hoje, para 2,5 bilhões/litros/ano, o equivale a elevação da produtividade de 1.380 para dois mil litros/vaca/ano”, explicou.

Informação: estabelecer mecanismos de rastreamento e tratamento de informações sobre a produção estadual de lácteos, processadas por município, por meio de instituições que já realizam esse levantamento como o IEA, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com Kassaoka, o objetivo é municiar o grupo com uma base de dados robusta e interativa, onde o usuário possa associar dados de vários órgãos em uma única pesquisa, com um programa semelhante ao que foi desenvolvido para o sistema de compras públicas, disponível no portal do ICA. Brunelli, informou que o Levantamento Censitário de Unidades de Produção Agrícola (Lupa) está sendo finalizado, “até março, teremos um diagnóstico mais preciso da nossa produção”.

Valorização: demonstrar a qualidade e seguridade dos produtos lácteos; estimular o pagamento e a penalização por qualidade; promover o diálogo entre todos os integrantes da cadeia. Uma medida considerada importante pelos integrantes do GT foi a inclusão do produto, pelo governador Geraldo Alckmin no Programa Paulista de Agricultura de Interesse Social. Também conhecido como PPAIS Leite, a iniciativa que permite a venda de alimentos a penitenciárias, universidades, escolas e hospitais estaduais por meio da agricultura familiar, contribuiu para a geração de emprego e renda na agricultura familiar. “Precisamos estar atentos ao que cada arranjo mercadológico pode oferecer para o desenvolvimento da cadeia e a produção de um leite de qualidade”, destacou Iveraldo dos Santos Dutra, professor da Faculdade de Medicina Veterinária (FMV/Unesp).

Competitividade: realizar estudos para a criação de produtos diferenciados com certificação de qualidade; estimular a organização rural e prioritariamente trabalhar com associações e cooperativas. Carlos Pagani Netto, extensionista da Cati, informou que estão em fase de certificação 3 projetos, 1 junto ao Serviço de Inspeção Federal e 2 pelo Sisbi, para comercialização de leite produzido em A2 – um produto que, de acordo com pesquisas, tem menos quantidade de beta-caseína, o que é o ideal para pessoas alérgicas. “Nasceu dentro da Secretaria de Agricultura, em parceria com a Unesp, esse produto só tem benefício, é um alimento natural e agrega valor para os produtores”, afirmou.

Sustentabilidade: estabelecer mecanismos de avaliação da produção através da aplicação de questionários de diagnóstico sobre a situação das propriedades (aspectos ambientais, financeiros, de produção, sanitários, trabalhistas e sociais), que devem ser reaplicados anualmente. Disponibilizar crédito assistido. Avaliar a eficiência das práticas através de controle de sua viabilidade financeira. Pagani afirmou que estão sendo realizadas reuniões com grupos de produtores nas principais bacias leiteiras do Estado para avaliar a situação das propriedades e orientar sobre a aquisição de crédito. “Estamos trabalhando com projetos regionais. É a primeira experiência de crédito assistido da qual o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) participa”, explicou Fernando Aluízio Pontes de Oliveira Penteado, secretário-executivo do Fundo.

Experiência de Sucesso

Conhecer as experiências de sucesso de outros estados e aprender com elas é um dos objetivos do programa Mais Leite Mais Renda. Nesse sentido, a apresentação de Airton Spies, secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, trouxe conhecimentos valiosos. Spies explicou que a produção de leite de seu Estado, somada a do Rio Grande do Sul e do Paraná colocou a região como a maior produtora do País, com um volume de 12,45 bilhões de litros produzidos no ano passado, que correspondeu a um crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior.

Em números absolutos, o Estado de Minas Gerais continua sendo o maior produtor de leite, com produção de 8,97 bilhões de litros em 2016, queda de 1,9% em relação ao ano anterior. São Paulo também apresentou queda na produção de leite. Segundo o IBGE, a produ ção caiu de um volume de 1,77 bilhão em 2015 para 1,69 bilhão, em 2016, ou seja – 4,6%. Mas, Spies fez questão de frisar que as más notícias são também boas notícias. “São Paulo só produz 25% do leite que necessita, enquanto Santa Catarina consome pouco mais de ¼ do leite produzido”, comentou, ressaltando que, um produto de qualidade, a baixo custo, cadeias produtivas bem organizadas e eficientes e respeito ao meio ambiente são as chaves que permitirão ao País ingressar no restrito grupo de países exportadores de leite.

Para Spies, o que fará com que São Paulo recupere posições e volte a ser um dos principais players do Brasil é equacionar o aumento de renda do produtor, participação na gestão da propriedade, acesso à internet e telefonia, estradas rurais de boa qualidade, humanização do trabalho, reconhecimento e ampliação da autoestima; aliados ao bem-estar animal, eficiência econômica e respeito às normas sanitárias.

Programa Mais Leite, Mais Renda

O grupo gestor do programa Mais Leite Mais Renda é formado por representantes das coordenadorias que compõem a Pasta: Defesa Agropecuária (CDA), Assistência Técnica Integral (Cati) e Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro) e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta); das universidades paulistas: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp); produtores rurais e integrantes das entidades ligadas ao setor.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Alergia à proteína do leite da vaca vira oportunidade.

O aumento do número de pessoas que apresentam restrições ao consumo de leite de vaca fez com que nos últimos anos crescesse a oferta de leite e derivados em supermercados para o público intolerante à lactose.

No entanto, existem pessoas que apresentam outra restrição: a intolerância à proteína do leite. Algumas questões sobre a Alergia à Proteína do Leite da Vaca (APLV) estão em destaque no boletim produzido pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), atualmente no Brasil existem cerca de 350 mil crianças alérgicas ao leite de vaca (esse tipo de doença atinge mais crianças, principalmente bebês). Destas 350 mil, estima-se que 70 mil já tiveram ou vão ter alguma reação do tipo anafilática, o que torna o problema ainda mais grave. Estudos ligados à saúde apontam que de 5% a 8% dos bebês possuem alergia ao leite e 0,5% a 1% dos adultos desenvolvem o mesmo problema. Atualmente a maioria do leite de vaca produzido no Brasil possui a proteína que causa a alergia. Para produzir leite e seus derivados sem a proteína é necessário que o rebanho de vacas possua um manejo diferenciado e uma criação separada das demais. Além dessas medidas, todas as demais etapas da cadeia produtiva também necessitam de cuidados especiais, encarecendo a produção e repassando os custos ao cliente final. Esse contexto de crescimento da demanda e oferta baixa oferece oportunidades aos produtores. O desafio consiste em tornar o preço da produção mais acessível, já que uma lata contendo leite não alérgico chega a custar R$ 200.

 

PESQUISA E PRODUÇÃO

A proteína betacaseína tipo A1 é o elemento causador da alergia ao leite de vaca. Para produzir um leite não alérgico é necessário que haja nos rebanhos vacas com os genes A2A2. O melhoramento genético é a melhor alternativa na produção. O principal obstáculo é que para a obtenção de um rebanho homozigoto (ou seja, A2A2) são necessários muitos anos de trabalho.

O Brasil já caminha com pesquisas para a produção de leite não alérgico. O país muitas vezes importa métodos e conhecimentos de países em que estão com pesquisas avançadas. Isso porque a oportunidade de oferecer produtos no mercado sem a proteína deve crescer para atender a esse mercado consumidor em expansão.

Na Embrapa, a unidade Gado de Leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária lidera um estudo sobre genotipagem de vacas. A pesquisa trabalha com o melhoramento genético e tem como objetivo excluir o A1 dos genes, criando apenas vacas de A2A2, ou seja, que não possuem a proteína animal que gera a alergia.

Os zebuínos, gir, sinsi guzerá e girolando, são os animais mais adequados para esse tipo de manejo. O laboratório Gene/Genealógica, de Belo Horizonte (MG) desenvolveu uma metodologia que implica baixo custo para a verificação dos genes. Ao longo do tempo ter um rebanho não alérgico pode ser uma grande oportunidade aos produtores.

Trabalhando com essa prática genética há oito anos, o produtor e veterinário Eduardo Falcão, de São José dos Campos (SP), lançou o primeiro produto brasileiro não alérgico. Ele oferece queijos, iogurtes e manteigas. Ele possui atualmente 250 animais da raça gir leiteiro, todos A2.

Em Carlos Barbosa (RS), o Sindicato de Leite e Laticínios do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat) desenvolve um projeto de genotipagem. Com os testes genéticos e o manejo diferenciado e aplicados na cadeia produtiva, estima-se que o leite não alérgico possa chegar às prateleiras dos supermercados a um valor de R$ 12.

No Piauí, criadores da raça gir leiteiros de origem indiana também produzem o leite não alérgico. Uma fazenda da zona rural de Teresina adquiriu 300 animais da raça não alérgica. Com o leite, o produtor ainda consegue produzir queijo coalho não alérgico com menor teor de gordura.

 

SINTOMAS DA ALERGIA

Os sintomas dos alérgicos em geral são:
– Problemas no estômago e intestino;
– Manchas vermelhas na pele associadas à coceira;
– Inchaço nos lábios e nos olhos;
– Anafilaxia;
– Choque anafilático

Por atingir na maioria dos casos bebês menores de 1 ano de idade, a alergia é uma doença muito séria. O tratamento está associado à dieta alimentar da criança e muitas vezes da mãe, já que muitos bebês ainda se alimentam com o leite materno e a proteína pode passar pelo leite. Os bebês que apresentam a alergia não devem ingerir nenhum produto derivado de leite de vaca. As mães que amamentam entram também nessa dieta. Além disso, deve-se também tomar cuidado com os utensílios para o preparo dos alimentos, que não devem ter contato algum com a proteína.

 


Fonte: Terra Viva

EUA – ADPI estabelece os primeiros padrões da indústria para a proteína do soro de leite.

O Instituto Americano de Produtos Lácteos (ADPI, sigla em inglês) criou os novos padrões para a proteína do soro de leite obtida diretamente do leite, a primeira para a indústria de laticínios, de acordo com o diretor técnico do ADPI, Dan Meyer.

 

 

Até hoje somente eram estabelecidos os padrões para a proteína do soro de leite procedente da produção de queijo. “Agora abrangemos todas as proteínas de soro de leite, incluindo as que não sejam subprodutos do queijo”, disse Meyer ao DairyReporter.

Para desenvolver os padrões, o ADPI criou uma “força tarefa” para desenvolver e redigir o padrão que será apresentado a um conselho de aproximadamente 50 membros para ser aprovado. “Tínhamos alguns membros que fabricavam o soro natural, e confiamos em suas contribuições, utilizando seus dados para desenvolver este padrão”, disse Meyer.

 

DEFINIÇÃO ESPECÍFICA PARA PROTEÍNA DE SORO DO LEITE

O padrão define que o produto proteína do soro seja obtido diretamente do leite, e que o produto depois de seco e acabado não tenha menos do que 25% de proteína. A proteína do soro será obtida através de microfiltração e/ou cromatografia do leite ou combinação do leite desnatado com ultrafiltração, nanofiltração, evaporação, diálise, ou “qualquer outro processo seguro e saudável no qual toda ou parte da lactose, minerais e umidade possa ser removida”.

O produto não pode ser produzido por qualquer processo ou combinação de processos que inclua coagulação enzimática da proteína e/ou precipitação ácida da proteína do leite bovino ou leite desnatado, acrescentou o ADPI.

O produto Proteína do Soro de Leite que contenham menos de 89,5% de proteína será denominado “Proteína Concentrada de Soro de Leite”, e o produto proteína de soro de leite que tenha um teor igual ou superior a 89,5% será chamado de “Proteína Isolada de Soro de Leite”, de acordo com os novos padrões.

A ADPI espera, eventualmente, que o novo guia de proteínas de soro de leite seja adotado ao nível global, como padrão pelo CODEX, diz Meyer.

“Esperamos que este padrão industrial desenvolvido pelo ADPI ofereça à indústria e aos consumidores melhor compreensão da função e composição de muitos ingredientes lácteos nutricionais em pó produzido nos Estados Unidos, e que venham a ser referências reconhecidas mundialmente para esses produtos”, disse o presidente do ADPI, David Thomas.

 


Fonte: Terra Viva.

BNDES vai financiar estocagem de lácteos.

Como parte de um pacote de incentivo à cadeia produtiva de lácteos prometido pelo ministro da Agricultura Blairo Maggi para compensar a recente retomada das importações de leite em pó do Uruguai, o governo articula a criação de uma linha de crédito para investimento com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para laticínios financiarem a estocagem do produto.

 

 

Esse financiamento terá como fonte recursos livres, ou seja, não contará com subsídios bancados pelo Tesouro Nacional como ocorre com as operações de crédito rural no âmbito do Plano Safra. Portanto, não depende da autorização do Conselho Monetário Nacional (CMN), só de uma regulamentação interna do BNDES, que já está sendo preparada.

A linha, que pode ser operada por bancos oficiais como Banco do Brasil e também por privados, será voltada para armazenagem e refrigeração de produtos lácteos por laticínios a taxas de juros de 10,7% ao ano, com prazo de 12 anos para pagamento.

“O BNDES já nos avisou que está prestes a colocar a linha à disposição das indústrias”, disse ao Valor o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. “Estamos com bastante problemas no setor, diminuição do consumo interno, enxurrada de leite vindo de outros países, então o governo procurou atuar em todas as frentes”, afirmou.

Geller disse que, além da nova linha de crédito rural, o Ministério da Agricultura também deve incluir o leite na cesta de produtos agropecuários que são contemplados pela Política Geral de Preço Mínimo (PGPM), o que envolve leilões públicos para intervenção de preços no mercado interno. Ao mesmo tempo, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar (ex-Ministério do Desenvolvimento Agrário) já garantiu R$ 40 milhões para compras públicas de leite em pó de produtores por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que é operado pela Conab.

Na semana passada, o Banco do Brasil já havia anunciado a prorrogação do prazo de pagamento das parcelas de custeio e investimento que já venceram ou ainda vão vencer em 2017 para produtores de leite. Os pecuaristas que tiverem parcelas de custeio e investimento vencendo este ano poderão prorrogar os pagamentos até 2018, porém apenas 50% do valor das parcelas devidas. A outra metade terá que ser paga em 2017.

“Essas medidas estão longe de atender todas as nossas demandas, mas já vão começar a reconstruir uma cadeia que está destruída”, disse Geraldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite).

 


Fonte: Terra Viva.

Consumo regular de queijos está relacionado ao menor risco de doenças cardiovasculares e cardíacas.

Os EUA consumiram uma quantidade recorde de queijos no ano passado, com o consumo per capita atingindo 16,60 quilos, hábito que poderia ter implicações positivas para a saúde, de acordo com um estudo publicado no European Journal of Nutrition.

Uma meta-análise de 15 estudos observacionais buscou determinar como o consumo de queijo em longo prazo afeta o desenvolvimento e o risco de doenças cardiovasculares (DCV), doença cardíaca coronária (CHD) e acidente vascular cerebral (AVC). As conclusões dos pesquisadores mostraram que houve uma relação inversa entre o consumo de queijo e o risco total de DCV, doença coronariana e acidente vascular cerebral.

 

 

Os 15 estudos, que incluíram 200 mil participantes, foram selecionados para análise com base nos seguintes critérios: o delineamento do estudo foi prospectivo; a exposição de interesse foi o consumo de queijo; o resultado de interesse foi mortalidade cardiovascular/doença arterial não fatal, CHD ou acidente vascular cerebral; e RRs (risco relativo) com 95% Cis (intervalo de confiança) correspondente foram relatados ou podiam ser estimados.

“Descobrimos que o alto consumo, em comparação com o baixo consumo de queijo, foi significativamente associado com 10-14% de risco menor de DCV e seus subgrupos”, escreveram os pesquisadores. “Além disso, houve uma associação entre o consumo de queijo e o risco global de DCV, com a maior redução de risco observada no consumo de queijo de aproximadamente 40 g/d.”

 

QUEIJO RICO EM GORDURA X BAIXO TEOR DE GORDURA

Embora os produtos lácteos com baixo teor de gordura sejam considerados mais favoráveis do que os produtos lácteos ricos em gordura por diretrizes federais de nutrição, a meta-análise encontrou evidências limitadas de que lácteos com alto teor de gordura podem aumentar o risco de DCV, CHD ou AVC em comparação com produtos lácteos com baixo teor de gordura.

Os pesquisadores citaram um recente estudo randomizado e controlado de 153 participantes que comeram queijos com alto teor de gordura regularmente durante oito semanas. Nos participantes, não aumentaram os níveis de colesterol total ou LDL-C e os triglicerídeos reduziram. “Observamos uma associação inversa não significante de consumo de queijo com alto teor de gordura com risco geral de DCV (RR = 0,74, IC 95% 0,44-1,24)”, escreveram.

 


Fonte: Dairy Reporter.

Mintel: consumidores do Reino Unido prefeririam abandonar o chocolate ao queijo

De acordo com uma pesquisa da Mintel, a maioria dos consumidores britânicos abandonaria o chocolate e não o queijo se precisassem escolher entre um ou outro. Eles foram questionados caso tivessem que escolher entre ‘nunca poder comer queijo novamente’ ou ‘nunca mais consumir chocolate novamente’.

Menos da metade (47%) dos entrevistados disseram que preferiria desistir do queijo que do chocolate e 3% dos entrevistados disseram que não gostam de nenhum. “Quando se trata da batalha entre queijo e chocolate, duas grandes paixões britânicas, o queijo mais do que se garante”, disse Richard Caines, analista sênior de alimentos e bebidas do Mintel. “Trata-se de um alimento básico do cardápio da grande maioria das casas do Reino Unido. Receitas e ideias para o uso de queijo com refeições oferecem margem significativa para aumentar o uso e cimentar o amor dos consumidores britânicos pelo produto”.

De acordo com a Mintel, nove em cada dez consumidores do Reino Unido compraram queijo nos últimos três meses, com 72% optando pelo cheddar, 37% pelos queijos regionais, como Red Leicester e Double Gloucester, e 36% pelo queijo cremoso e suas variações. As compras totais de volume por consumidores do Reino Unido estão estimadas em 356 milhões de quilos de queijo até o final deste ano.

 

GOSTOS REGIONAIS REFINADOS

Os resultados da Mintel variaram de acordo com a região, uma vez que os consumidores que vivem na Escócia (56%), West Midlands (52%) e o Sudeste e o Leste de Anglia (52%) eram mais propensos a dizer que desistiriam do chocolate comparado com o Sudoeste e o País de Gales, Londres, Nordeste e Noroeste.

Um em cada quatro consumidores do Reino Unido estava confiante em seu conhecimento sobre queijo e disse que se considera um “conhecedor do produto”. Esse número aumentou para 39% dos residentes em Londres, que se consideram conhecedores de queijos.

Quase metade (47%) dos londrinos compraram queijo continental nos últimos três meses em comparação com a média do Reino Unido, de 37%. Aqueles que moravam em Londres também eram mais propensos a comprar queijo de leite de cabra e ovelha do que a média nacional. No entanto, o queijo cheddar foi comprado com menos frequência pelos londrinos, em 60%, comparado com a média do Reino Unido, de 72%.

“O fato de uma maior proporção de pessoas que vivem em Londres comprar queijo continental e de cabra/ovelha reflete a diversidade da população da cidade e o uso desses queijos para refeições influenciadas pela culinária estrangeira”, acrescentou Caines. “Existe um alcance significativo para as marcas de queijos que oferecem ideias sobre o uso de queijo em receitas tradicionalmente britânicas. As vendas de queijos como feta e halloumi têm crescido, mas um crescimento adicional pode vir a partir de mais ideias que promovam a cultura do queijo em outros países”.

Além disso, 42% dos consumidores disseram que pagariam mais pelo queijo fabricado por produtores de queijos menores ou independentes e três em cada cinco gostariam de uma gama mais ampla de queijo das regiões britânicas, destacando a crescente “premiumnização” da categoria.

 


Fonte: Dairy Reporter.